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Alckmin diz que vai "enxugar" até 10 ministérios e "deslocar" orçamento para Fazenda

20/08/2018 20h54

BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira que pretende reduzir até 10 ministérios que existem no governo -- atualmente são 29 com esse status na gestão Michel Temer -- e destacou que vai trabalhar para ter pastas fortes, revelando que vai concentrar ações da área econômica no Ministério da Fazenda, inclusive a gestão orçamentária do país.

Em entrevista à TV Record, Alckmin afirmou que o Ministério do Planejamento, que hoje em dia cuida do orçamento, terá como papel cuidar da reforma do Estado.

"Ele vai ser para a reforma do Estado, ninguém aguenta mais esse Estado perdulário, inchado, caríssimo", disse.

Candidato com o maior número de partidos coligados, 9, incluindo o PSDB, Alckmin afirmou que "de jeito nenhum" vai fatiar os espaços na Esplanada dos Ministérios entre representantes dessas legendas.

REFORMAS SEM GRITO

O tucano foi questionado sobre se representa a "velha política" ao liderar a maior coligação partidária na disputa ao Palácio do Planalto e preferiu, num recado ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, questionar o que seria o "novo na política". Em tom de ironia, disse que novo é não ter participado de qualquer administração pública, ter zero de experiência.

Para Alckmin, o novo é defender o interesse coletivo, público, que está dominado pelas corporações e alfinetou novamente Bolsonaro -- líder das pesquisas de intenção de voto nos cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá ser barrado pela Lei da Ficha Limpa -- cuja chapa é formada por dois partidos com pequena expressão no Congresso, o PSL e o PRTB, do vice dele, general Hamilton Mourão.

"Você precisa ter maioria para fazer reformas, não basta ganhar a eleição, tem que ganhar a eleição e fazer um bom governo, que é o que queremos fazer", disse, ao citar as reformas do Estado e tributária como prioridades. "Para fazer essas reformas, você precisa ter maioria, senão não vai fazer. O Brasil não vai mudar por voluntarismos ou no berro, no grito, ele vai mudar com reformas e para a ter reformas precisa ter maioria", completou.

Mais uma vez, ao ser questionado sobre envolvimento de correligionários em escândalos de corrupção, o candidato do PSDB defendeu que aqueles que tenham errado, que paguem, independentemente do partido ao qual está ligado, e defendeu, para mudar esse cenário no país, a realização de uma reforma política que contemple a adoção do voto facultativo, do voto distrital misto e medidas que diminuam o número de partidos políticos.

O tucano disse que também vai reforçar a Polícia Federal e dará "todo apoio" ao Ministério Público e ao Poder Judiciário para que continuem a realizar as suas investigações. Ele declarou ainda que a operação Lava Jato é uma conquista e quer aprovar a tipificação, no Código Penal, para o crime de enriquecimento ilícito do agente público que não conseguir provar a origem de determinado bem, perdendo a posse sobre ele.

EMPREGO

Como medidas para reduzir o desemprego na casa de 13 milhões de pessoas, Alckmin afirmou que, se eleito, vai manter e valorizar o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, uma forma, segundo ele, de retomar a construção civil no país e garantir uma rápida geração de postos de trabalho. Ele disse que recuperar o emprego é um "objetivo primordial" do seu governo e que também vai permitir a pessoas que estão em "grande pobreza" acesso ao programa Bolsa Família, de transferência de renda.

O tucano defendeu que pretende criar uma guarda nacional formada por agentes federais a fim de combater o tráfico de drogas e armas com base na inteligência policial.

O candidato do PSDB também pretender empoderar as mulheres, citando o fato de ter chamado para sua vice a senadora Ana Amélia (PP-RS) e quer combater o feminicídio. Disse, sem dar detalhes, que não vai permitir a impunidade para esse tipo de crime.

(Reportagem de Ricardo Brito)