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Em primeiro vídeo da campanha, Alckmin visa Bolsonaro e diz que problemas não se resolvem "na bala"

30/08/2018 15h21

SÃO PAULO (Reuters) - O primeiro vídeo para a propaganda eleitoral do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, divulgado nesta quinta-feira, visou os eleitores do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ao afirmar que os problemas do país não serão resolvidos "na bala".

O vídeo mostra uma sequência de problemas do país, como desemprego, falta de saneamento, analfabetismo, filas na saúde e fome, cada um deles simbolizado por um objeto que é detonado por um tiro de arma de fogo.

Na peça, um copo com a palavra "desemprego" é destroçado por um projétil. Uma bolsa de sangue com os dizeres "filas na saúde" tem o mesmo destino, assim como livros que formam a palavra "analfabetismo", um jarro de água onde se lê "falta de saneamento" e uma melão com a palavra "fome" têm o mesmo destino.

Aparece na tela então uma criança e, em vez de a bala atingir a cabeça da menina, aparecem os dizeres "Não é na bala que se resolve", encerrando o vídeo de um minuto.

Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem defendido uma flexibilização nas regras para obtenção de porte de arma e em entrevista nesta semana defendeu que policiais que matam mais criminosos devem ser condecorados.

Alckmin terá o maior tempo do horário da propaganda de rádio e TV, que se inicia no sábado para os candidatos a presidente.

O tucano, que tem encontrado dificuldades para crescer na preferência do eleitorado, terá também o maior número de inserções durante a programação normal das emissoras, que começam a ser veiculadas já na sexta-feira.

No final da tarde desta quinta, Bolsonaro foi ao Twitter para rebater o vídeo da campanha tucana.

"Sobre 'não é na bala que se resolve': Flores não garantem a paz. Que os 'santos' que repetem este bordão deixem de andar com carro blindado e seguranças armados que passo a acreditar em suas propostas", disse o candidato do PSL em sua rede social.

Ele se referiu a "santo", o suposto codinome de Alckmin na planilha de propinas da Odebrecht, descoberta pela operação Lava Jato. O tucano nega ter o codinome e cita que um delator da empreiteira afirmou que o apelido não é uma referência ao ex-governador.

Ao comentar a postagem de Bolsonaro, uma fonte ligada à campanha de Alckmin afirmou, sob condição de anonimato, que o tucano não anda de carro blindado e não usava deste expediente nem mesmo quando era governador de São Paulo.

(Reportagem de Eduardo Simões)