Rússia vê mercado de petróleo "frágil" por geopolítica e diz que pode elevar produção
VLADIVOSTOK (Reuters) - Os mercados globais de petróleo continuam "frágeis" devido à geopolítica e declínios na produção em diversas regiões, disse o ministro de Energia russo nesta quarta-feira, adicionando, no entanto, que o país pode aumentar sua produção se necessário.
Os comentários vêm em um momento em que os preços do petróleo miram os US$ 80 por barril, ante pouco acima de US$ 60 em fevereiro, em meio a problemas na oferta e à expectativa de sanções dos Estados Unidos contra o Irã.
"Hoje, a situação é bem frágil, claro, e isso está relacionado ao fato de que nem todos países conseguiram recuperar seus mercados e produção", disse o ministro russo Alexander Novak durante uma conferência sobre economia em Vladivostok.
"A produção na Venezuela está caindo bem fortemente, em 50 mil barris por dia. Isso significa que o mercado ainda não está equilibrado em uma perspectiva de longo prazo", afirmou.
As exportações de petróleo da Venezuela caíram pela metade ao longo do ano passado, para pouco mais de 1 milhão de barris por dia (bpd) conforme o país sofre uma crise econômica e política.
Novak também alertou sobre o impacto nos mercados das iminentes sanções dos EUA contra as exportações do Irã, que devem ser implementadas a partir de novembro.
"Isso é uma enorme incerteza sobre o mercado --como os países que compram quase 2 milhões de barris por dia do petróleo iraniano irão agir. Na Europa, na região Ásia-Pacífico... há muita incerteza. A situação deve ser acompanhada de perto, e as decisões corretas devem ser tomadas", afirmou.
Se o mercado ficar sobreaquecido e os preços saltarem, Novak disse que há potencial para alguns países elevarem a produção.
"A Rússia tem potencial para aumentar a produção em 300 mil barris por dia (bpd) no médio prazo, levando em consideração o nível de outubro de 2016", afirmou ele, em referência ao nível de produção utilizado pelo país como base no acordo de restrição da produção junto à Opep em 2017.
Naquele mês, a Rússia produziu 11,247 milhões de barris por dia, um recorde para o período pós-soviético.
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