BCE deixa política monetária inalterada e mantém caminho para reduzir estímulo
Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada a política monetária como esperado nesta quinta-feira, permanecendo a caminho de encerrar as compras de títulos este ano e elevar os juros no próximo outono (do hemisfério norte), mesmo com medidas protecionistas em todo o mundo pesando sobre o crescimento.
Com a inflação se recuperando e o crescimento se estabilizando a um ritmo relativamente saudável, o BCE vem removendo cuidadosamente o estímulo há meses na crença de que uma série de riscos --do protecionismo à turbulência nos mercados emergentes e o Brexit-- não serão suficientes para afetar a trajetória de crescimento, agora em seu sexto ano.
Fazendo apenas uma mudança sutil em sua postura, o BCE disse que cortará pela metade suas compras mensais de títulos, para 15 bilhões de euros a partir de outubro, consolidando sua linguagem anterior, que dizia apenas que tal movimentação era esperada.
Mas manteve sua postura de que as compras de títulos devem acabar até o fim do ano e que os juros continuarão inalterados ao menos até o próximo verão. Alguns analistas dizem que o horizonte excepcionalmente incomum para a orientação de política monetária deixará o banco em piloto automático por meses.
O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou em entrevista à imprensa pequenos cortes nas projeções de crescimento do banco para este ano e o próximo, citando demanda externa mais fraca, e destacou riscos externos como aumento do protecionismo e volatilidade do mercado financeiro.
Mas acrescentou: "Os riscos em torno do crescimento da zona do euro ainda podem ser avaliados como amplamente equilibrados".
O BCE mantém os juros em território negativo há anos e comprou mais de 2,5 trilhões de euros em dívida, reduzindo os custos dos empréstimos e impulsionando o crescimento após recessão que quase desfez o bloco de 19 países.
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