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Brookfield prevê expandir negócios no setor de gás, mas aguarda reforma regulatória

25/09/2018 17h26

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O grupo canadense Brookfield tem interesse em expandir os negócios na área de gás natural, após adquirir o controle da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) da Petrobras

"(A compra da NTS) foi um ótimo negócio, a relação com a Petrobras está ótima. O próximo passo no nosso investimento é expansão. Tem um mercado de gás com potencial enorme pela frente, então a nossa ideia é exatamente fazer continuação dos investimentos, não só com a Petrobras, mas com outros players privados", afirmou Martins.

A aquisição de 90 por cento da NTS ocorreu por 5,2 bilhões de dólares, em 2016, com a Brookfield liderando um consórcio.

O executivo ponderou que a regulação brasileira atual traz "restrições" para que a empresa realize novos investimentos no setor de gás.

No entanto, frisou que quando a empresa "faz um investimento de 5 bilhões de dólares, não é para dois, três anos, é para longo prazo".

A chamada Lei do Gás para reformar as regras do setor no Brasil, em busca de atrair investimentos privados, está em avaliação no Congresso, cuja votação não tem previsão para ser concluída.

"Para esses novos investimentos em dutos de gás precisa ter uma lei, entender como vai conectar nos gasodutos existentes, ver como ficam os contratos com as distribuidoras de gás, ver como funciona a comercialização livre do gás", disse Martins.

O setor atualmente é amplamente dominado pela Petrobras.

DEMAIS SETORES

Além do interesse no setor de gás natural, Martins reiterou o interesse em novos investimentos no Brasil.

"Setores onde a gente investe são setores onde tem demanda reprimida enorme no Brasil. Então, se a gente tiver condições regulatórias e contratos atrativos, vamos continuar investindo", afirmou.

O executivo explicou que não tem interesse estratégico em participar de leilão de fatias em sociedades (SPEs) da Eletrobras nesta semana.

"Não é o tipo de competição que a gente gostaria de entrar, porque a gente acha que não tem vantagem competitiva."

Ele reitetou participações recentes em leilão de transmissão de energia e interesse em projetos de geração.

ELEIÇÕES

Sobre o cenário atual, Martins afirmou que o ambiente das eleições brasileiras traz volatilidades para novos investimentos em geral, devido a impactos econômicos, como variação de câmbio e inflação, assim como incertezas em relação ao que fará quem vencer as eleições.

Martins afirmou que as discussões políticas não estão entrando em um nível de detalhamento.

"É difícil você tomar qualquer decisão em um ambiente desses. Então você espera para tomar uma decisão de um investimento maior", afirmou.

Martins reiterou ainda que os investimentos no país são de longo prazo e reforçou que o país não tem um hitórico de quebra de contratos, e que isso traz segurança.

(Por Marta Nogueira)