Equinor defende mais acesso ao gás brasileiro
SÃO PAULO (Reuters) - A petroleira norueguesa Equinor espera que o Brasil realize mudanças regulatórias para permitir maior acesso ao gás natural produzido no país, afirmou nesta quinta-feira o presidente da unidade brasileira, Anders Opedal.
Durante participação em um debate no congresso Rio Oil & Gas, o executivo frisou que o gás natural é parte importante do processo de transição energética que ocorre em todo mundo, e que o país conta com boa oferta do insumo e precisa fazê-lo chegar aos consumidores.
As afirmações vêm em meio a iniciativas regulatórias do governo brasileiro, nos últimos dois anos, para permitir maior acesso aos gasodutos já existentes, além de uma entrada mais importante de investidores privados e novos investimentos.
As mudanças, conforme desenhadas pelo governo federal, incluem ainda uma redução da dominância da Petrobras no setor.
A estatal Equinor, segundo o executivo, teve no passado uma posição dominante no setor de gás natural na Noruega e abriu espaço para outros investidores entrarem.
A chamada Lei do Gás, que endereça algumas das demandas do setor neste sentido, está atualmente aguardando aprovações no Congresso.
As medidas são tidas como importantes pelo mercado para que se possa construir ou utilizar infraestrutura já existente para escoar o gás natural do pré-sal, hoje em grande parte reinjetado.
"Tínhamos participação dominante na Noruega... encerramos isso. Agora somos parte de um dos atores", disse Opedal.
A Equinor está presente em importantes áreas no Brasil e participou recentemente de negócios importantes, como a compra do controle do promissor prospecto de Carcará, no pré-sal de Santos, assim como uma parceria com a Petrobras para desenvolver o campo maduro de Roncador, em Campos.
LEILÕES
Sobre participações em futuros leilões, o executivo afirmou que está atento a oportunidades no Brasil e evitou dar declarações sobre qual deverá ser sua estratégia em relação ao leilão do pré-sal marcado para sexta-feira.
No entanto, reiterou que os investimentos no Brasil são de longo prazo e as eleições não irão definir sua participação ou não no certame.
(Por Marta Nogueira)
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