Populismo italiano desafia UE com planos para aumentar déficit orçamentário
Por Giuseppe Fonte e Angelo Amante
ROMA (Reuters) - O governo populista da Itália rejeitou os protestos de seu próprio ministro da Economia e apoiou o aumento significativo no déficit orçamentário do próximo ano, assustando os mercados financeiros e iniciando um desentendimento com Bruxelas.
Depois de uma disputa com o ministro da Economia, Giovanni Tria, durante semanas, o governo de quatro semanas propôs na quinta-feira um déficit para 2019 que representa 2,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), três vezes maior do que a meta do governo anterior.
Os gastos destinam-se a financiar as promessas de campanha dos partidos governistas - partido italiano anti-establishment Movimento 5 Estrelas e a sigla de extrema-direita Liga - para reduzir a idade de aposentadoria, cortar impostos, investir em infraestrutura e aumentar o bem-estar social.
O problema é que a Itália tem a maior dívida entre as grandes economias da União Europeia, a 131 por cento do Produto Interno Bruto. O país está sob pressão da UE para conter seus gastos em meio a temores de que a situação possa plantar as sementes de uma crise de dívida no coração da zona do euro.
Em um movimento que certamente incomodará a Comissão Europeia, que monitora e aplica as regras fiscais da UE, o governo prevê o déficit em 2,4 por cento nos próximos três anos, em vez de cair progressivamente em direção a zero como recomendou a Comissão.
E ainda assim a primeira reação de Bruxelas foi comedida.
O comissário europeu de Economia, Pierre Moscovici, disse que nada seria obtido em um confronto com a Itália, mas acrescentou: "Nós também não temos interesse em que a Itália não respeite as regras e não reduza sua dívida, que permanece explosiva".
O orçamento agitou os mercados, provocando venda de títulos e queda nas ações bancárias, embora ambos tenham se recuperado ligeiramente à tarde.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse estar "muito preocupado", enquanto o ministro finlandês das Finanças, Petteri Orpo, afirmou: "O populismo e a responsabilidade nem sempre se encaixam no mesmo lugar".
REUTERS SI CMO
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.