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Com sanções ao Irã, tradings se mostram divididas quanto a trajetória do petróleo

10/10/2018 13h02

Por Julia Payne e Dmitry Zhdannikov

LONDRES (Reuters) - As maiores tradings do mundo disseram nesta quarta-feira que os preços do petróleo não cairão abaixo de 65 dólares por barril e possivelmente superarão os 100 dólares no próximo ano, já que as sanções norte-americanas ao Irã reduzem as exportações da República Islâmica.

A variedade de previsões ilustra a profunda incerteza entre os principais participantes do setor em relação às perspectivas, dada a reimposição das sanções ao Irã e o cenário de desaceleração das economias e da demanda por energia em 2019, o que pode levar a um comércio instável.

O petróleo se recuperou este ano com as expectativas de que as sanções, que entrarão em vigor em 4 de novembro, afetarão a oferta, reduzindo os embarques do Irã, o terceiro maior produtor de petróleo da Opep. O Brent na semana passada atingiu 86,74 dólares por barril, maior nível desde 2014.

Jeremy Weir, presidente-executivo da Trafigura, disse na conferência Oil & Money em Londres que não ficaria surpreso em ver o petróleo em mais de 100 dólares por barril no ano que vem.

Entre outros, com uma visão relativamente otimista, estava Alex Beard, executivo-chefe de petróleo e gás da Glencore, que previa no mesmo evento um preço médio do petróleo entre 85 e 90 dólares.

"Acho que as sanções serão muito duras", disse Beard.

Beard acrescentou que as limitações de infraestrutura dos EUA segurariam potenciais exportações de petróleo do país que poderiam compensar uma eventual menor oferta.

(Reportagem adicional de Shadia Nasralla)