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PGR pede que PF abra inquérito para apurar ofensas a Rosa Weber e ministros

23/10/2018 18h04

BRASÍLIA (Reuters) - A Procuradoria-Geral da República enviou nesta terça-feira um pedido para que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, determine a abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar a conduta de um homem que se apresenta como “coronel do Exército Carlos Alves” e faz críticas ofensivas, com palavras de baixo calão, à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, em vídeo que circula nas redes sociais.

Mais cedo, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu pedir que a PGR abrisse uma investigação a respeito de um vídeo que circula na internet com ofensas à presidente do TSE.

No vídeo, o homem critica Rosa Weber por ter se reunido com representantes do PT que foram pedir a ela providências sobre a ação movida pelo partido que questiona o benefício ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, por suposto envio de mensagens em massa por WhatsApp que seriam custeadas por empresários.

“E esta salafrária, esta corrupta, essa ministra corrupta e incompetente. Se ela fosse uma mulher séria, se ela fosse uma mulher patriótica, se ela não devesse nada pra ninguém, ela nem receberia essa cambada no TSE”, diz Alves, na gravação.

O autor também faz críticas a outros integrantes do TSE e do Supremo.

“Diante da gravidade dos fatos, Raquel Dodge requer a imediata instauração de inquérito policial para apuração, inicialmente, dos crimes de calúnia, difamação, injúria e ameaça, além de outros. A PGR solicitou, ainda, a identificação, qualificação e oitiva do autor do vídeo”, informou a nota da assessoria de imprensa da PGR.

A sessão da Turma de mais cedo virou um ato de desagravo a Rosa Weber. O ministro Celso de Mello, decano do STF, saiu em defesa da colega, após chamar o discurso de “imundo, sórdido e repugnante”.

“O primarismo vociferante desse ofensor da honra alheia faz-me lembrar daqueles personagens patéticos que, privados da capacidade de pensar com inteligência, optam por manifestar ódio visceral e demonstrar intolerância radical contra os que consideram seus inimigos, expressando, na anomalia dessa conduta, a incapacidade de conviver em harmonia e com respeito pela alteridade no seio de uma sociedade fundada em bases democráticas”, disse.

(Reportagem de Ricardo Brito)