Dólar opera em queda ante real com eleição de Bolsonaro
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda ante o real nesta segunda-feira após as urnas confirmarem as pesquisas eleitorais e darem a vitória a Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República, com os investidores na expectativa da implementação da responsabilidade fiscal com a qual ele se comprometeu.
Às 12:10, o dólar recuava 0,32 por cento, a 3,6430 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,5822 reais logo após a abertura. Na máxima, o dólar foi a 3,6481 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,10 por cento.
Na sexta-feira, a moeda já havia recuado ao seu menor valor em cinco meses, diante da expectativa de vitória do capitão da reserva do Exército no domingo.
"Boa parte da vitória já estava precificada", lembrou o sócio da assessoria de investimentos Criteria Investimentos, Vitor Miziara, ao justificar por que o recuo do dólar perdeu força e a moeda passou a se afastar das mínimas da sessão.
A crença de que Bolsonaro seria eleito na véspera fez com que o dólar ficasse mais barato em 20 centavos de real entre o primeiro e segundo turno, mas a continuidade desta queda passa a depender do que o novo governo vai implementar de fato.
"Os próximos drivers para o dólar local serão a divulgação da equipe econômica e esclarecimentos em relação ao plano de governo", afirmou Miziara, referindo-se a questões como controle de gastos e reforma da Previdência.
Em seu primeiro discurso após ser declarado vitorioso, Bolsonaro prometeu respeitar a Constituição, fazer um governo democrático e unificar o país, além de defender compromisso com a responsabilidade fiscal.
O economista Paulo Guedes, que comandará o Ministério da Fazenda no novo governo e foi o principal motivo para Bolsonaro angariar o apoio do mercado financeiro, declarou que buscará zerar o déficit fiscal em um ano, além de colocar a reforma da Previdência como prioridade.
No exterior, o dólar opera em queda ante a maioria das divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e a lira turca.
Ante a cesta de moedas, no entanto, o dólar sobe, em dia de fraqueza do euro após a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ter declarado que não buscará uma reeleição como presidente do partido, marcando o fim de uma era de 13 anos em que ela dominou a política europeia.
No geral, entretanto, seguem as preocupações com a guerra comercial e seus efeitos sobre o crescimento, sobretudo da China, e sobre Brexit, orçamento italiano e alta de juros nos Estados Unidos.
"A longa lista de problemas lá fora volta a ganhar destaque e pode inibir a queda (do dólar ante o real) daqui em diante", disse o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer.
O Banco Central vendeu nesta sessão 7,7 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 7,70 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.
Se mantiver essa oferta amanhã e vendê-la integralmente, terá feito a rolagem total dos contratos.
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