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Ibovespa futuro sobe mais de 3% após vitória de Bolsonaro

29/10/2018 09h18

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O futuro do Ibovespa com vencimento mais curto subia mais de 3 por cento nos primeiros negócios desta segunda-feira, sinalizando uma abertura positiva do pregão à vista, após a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência do país no domingo, em meio a expectativas de que sua equipe econômica adote um viés liberal e reformista.

Às 9:16, o contrato do Ibovespa para dezembro subia 3,5 por cento, a 89.700 pontos.

Bolsonaro, do PSL, teve 55,1 por cento dos votos válidos, enquanto o candidato do PT, Fernando Haddad, conseguiu 44,9 por cento, segundo dados da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 99,99 por cento das seções eleitorais apuradas.

Na visão de Carlos Sequeira, estrategista no BTG Pactual, a bolsa brasileira tem tudo para continuar subindo. "O Ibovespa (à vista) ainda negocia abaixo da média histórica, o que não parece fazer sentido quando as expectativas com relação ao próximo governo são positivas", afirmou.

Ele avalia que, a depender do anúncio da equipe de governo e de um discurso firme na direção de uma reforma da Previdência, "o Ibovespa pode vir a negociar a 1 desvio padrão acima da média histórica (105 mil pontos) ainda esse ano".

Em seu primeiro discurso, o candidato do PSL prometeu um governo comprometido com a responsabilidade fiscal. "Quebraremos o ciclo vicioso do crescimento da dívida, substituindo pelo ciclo virtuoso de menores déficits, dívida decrescente e juros mais baixos. Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a consequente geração de emprego", afirmou.

Sequeira acrescenta que a alocação em ações tanto de estrangeiros quanto de investidores locais está muito baixa. "Eu acho que uma visibilidade maior do que será o novo governo pode atrair os estrangeiros de volta. Para os locais, a medida que os juros de longo prazo recuem, as alocações devem aumentar."

Gestores e estrategistas ouvidos pela Reuters veem desafios grandes para o novo governo, mas avaliam que o presidente eleito deve ter o benefício da dúvida em um primeiro momento, o que pode dar suporte aos ativos financeiros brasileiros, principalmente em um ambiente externo mais desafiador.

Ainda assim, aguardam sinais claros sobre o comprometimento da nova administração, notadamente detalhes sobre os planos para a economia em relação a reformas e desempenho fiscal.

"O foco está na transição de candidato para presidente eleito", afirmou a equipe da XP Investimentos capitaneada pelo estrategista Karel Luketic. "A transição de governo será importante para sabermos de fato o que o governo eleito tentará implementar no Brasil a partir de janeiro", afirmou.