MRV planeja cisão da Log para listar ações na B3, com aporte de pelo menos R$100 mi da família Menin
Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A construtora MRV anunciou nesta segunda-feira que iniciou preparativos para listar a controlada de galpões logísticos Log Commercial Properties no segmento Novo Mercado, da B3.
Como parte da operação, a empresa de imóveis residenciais econômicos anunciou a cisão parcial da Log, que terá seu capital ampliado em pelo menos 100 milhões de reais em uma segunda etapa, que terá como financiadora a família Menin, fundadora da construtora.
"A família acredita muito no negócio e fará aporte mínimo de 100 milhões de reais...Temos certeza de que destravaremos valor grande com as empresas atuando separadamente, trazendo bons dividendos aos acionistas", afirmou o copresidente da MRV, Rafael Menin, em teleconferência com analistas após o anúncio.
Segundo o diretor executivo de finanças e relações com investidores do grupo, Leonardo Corrêa, a família Menin não pretende diluir sua participação na Log e manterá uma fatia de pouco mais de um terço.
"Fazendo uma conta simples, se todos acionistas quiserem aportar, teremos um aumento de capital da ordem de mais ou menos 300 milhões de reais", destacou Corrêa, acrescentando que a Log será a primeira empresa 100 por cento dedicada a galpões a ser listada na bolsa paulista.
A segregação das operações tem potencial de elevar em 2,2 por cento o retorno sobre patrimônio (ROE) para 15 por cento, ante 12,8 por cento no segundo trimestre, informou a companhia em apresentação.
O movimento também ocorre num momento em que o comércio eletrônico ganha vez mais relevância no mercado brasileiro, aumentando a demanda por infraestrutura logística. "A Log está em segmento bastante interessante... Estamos vendo uma transição do comércio físico para o eletrônico", observou Corrêa.
De acordo com o cronograma da operação, a expectativa é de que as ações da Log comecem a ser negociadas na bolsa paulista a partir de 18 de dezembro.
A Log atua em 25 cidades em 9 Estados do país, com 1,5 milhão de metros quadrados. A empresa teve lucro líquido de 23,12 milhões de reais no primeiro semestre, crescimento de 44,8 por cento ano a ano.
Perto do final do pregão, as ações da MRV, estavam em leilão e subiam cerca de 2 por cento, a 12,52 reais. O Ibovespa recuava 2,4 por cento. Em 2018, os papéis da maior construtora de imóveis econômicos do país acumulam baixa de pouco 12 por cento.
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