ANP vê salto em aportes para pesquisa em petróleo a R$3 bi/ano em 30 anos
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em petróleo e gás no Brasil deverão saltar para 3 bilhões de reais por ano em média, nos próximos 30 anos, à medida que cresce também a produção do pré-sal no país, de acordo com previsão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgada nesta sexta-feira.
Somente neste ano, o montante deverá atingir mais de 1,3 bilhão de reais, detalhou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, durante o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2018.
Petroleiras são obrigadas a investir percentuais de sua receita em PD&I no Brasil por meio de uma cláusula presente em contratos de exploração e produção, que já permitiu investimentos acumulados de 14,28 bilhões de reais de 1998 até o segundo trimestre de 2018 (algo em torno de 700 milhões de reais ao ano, em média), segundo a ANP.
O prêmio foi criado para reconhecer resultados associados a projetos no segmento petrolífero, com recursos da cláusula de PD&I.
"Se pegarmos os anos pico de arrecadação que vamos ter com esses projetos, e eu espero que esse pico se prolongue com as novas rodadas (de licitações de áreas) que vamos ter, entre 2025 e 2035 eu diria que pode ser mais de 5 bilhões por ano, então nós temos uma oportunidade extraordinária", disse Oddone.
Os recursos tendem a crescer com o desenvolvimento do pré-sal, e a própria ANP já está preparando ajustes para simplificar o atual regulamento, segundo informou anteriormente a agência.
O diretor-geral pontuou que a agência está em busca de melhorias para as regras de PD&I, sem apresentar detalhes de quando as mudanças poderão ocorrer de fato. Segundo ele, novas regras precisam trazer "pragmatismo".
"Eu tenho visto, e é uma coisa que nos preocupa, uma tremenda ideologia na aplicação de recursos de inovação e tecnologia, como se a pesquisa abstrata, básica, desconectada da realidade e dos projetos fosse a única maneira de fazer ciência, fazer inovação", afirmou.
(Por Marta Nogueira)
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