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Desaceleração da zona do euro não é suficiente para BCE mudar o curso, diz Draghi

26/11/2018 14h15

FRANKFURT (Reuters) - A zona do euro perdeu algum ritmo de crescimento mas isso é normal e não é suficiente para prejudicar os planos do Banco Central Europeu (BCE) de reduzir o estímulo, afirmaram o presidente do BCE, Mario Draghi, e dois dos principais membros do banco nesta segunda-feira.

O crescimento da zona do euro tem sido decepcionante e a Alemanha, maior economia do bloco, chegou a contrair no trimestre passado, levantando preocupações de que o BCE poderia estar reduzindo o estímulo no pior momento possível.

"Uma desaceleração gradual é normal uma vez que a expansão se consolida e o crescimento converge para o potencial de longo prazo", disse Dragi ao comitê de assuntos econômicos do Parlamento Europeu.

"Parte da desaceleração pode também ser temporária", completou Draghi. "De fato, os dados mais recentes já mostram alguma normalização da produção na indústria automobilística que foi restringida por fatores extraordinários."

Ainda assim, dados nesta segunda-feira mostraram que a confiança empresarial alemã caiu mais do que o esperado em novembro, indicando crescimento fraco neste trimestre, mesmo que uma recuperação ainda seja provável.

Mas Draghi, junto com o economista-chefe do BCE, Peter Praet, e a membro do conselho Sabine Lautenschlaeger disseram que as justificativas para encerrar o esquema de 2,6 trilhões de euros de compras de títulos do BCE permanecem inalteradas já que as pressões inflacionárias aumentam.

O BCE está lentamente reduzindo o estímulo e planeja encerrar o programa no mês que vem

Praet disse que a queda nos preços do petróleo --30 por cento desde o início de outubro-- é positivo para o bloco já que a zona do euro é importadora e o petróleo mais barato aumenta a receita disponível.

Praet reconheceu a desaceleração, mas argumentou que a economia ainda está se expandindo, as pressões inflacionárias estão aumentando e a queda do preço do petróleo ajudará o crescimento e muitos dos riscos de crescimento estão fora do controle do BCE, porque estão relacionados à política global.

"Fatores relacionados ao protecionismo, volatilidade do mercado financeiro e vulnerabilidades nos mercados emergentes estão criando obstáculos que estão se tornando cada vez mais perceptíveis", disse Praet em uma conferência.

"As pesquisas sobre a atividade empresarial e os indicadores de confiança da área do euro desaceleraram sensivelmente em relação a suas máximas anteriores, embora permaneçam em território expansionista e continuem acima das médias de longo prazo para a maioria dos setores e países", acrescentou.