Bolsonaro diz que deseja se aprofundar mais sobre acordo Mercosul-UE antes de definir apoio
(Reuters) - O Brasil adotará uma postura de prudência sobre as negociações comerciais entre o Mercosul e a União Européia e vai se aprofundar no teor das tratativas entre os dois blocos iniciadas há anos para só então tomar uma posição, disse nesta sexta-feira o presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Ele afirmou que conversou com o futuro Ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que pediu para que ele olhasse com mais cautela e detalhes os termos do potencial acordo entre os blocos.
“O Macron (presidente francês) está defendendo a França e esse acordo Mercosul e UE atinge interesses da França que também atua no agronegócio. A partir do momento que querem diminuir os exportáveis nossos como comodities logicamente não pode contar com o nosso apoio“, disse ele a jornalistas em Guaratinguetá.
“Mas não é um não em definitivo; vamos negociar. Conversei com o presidente Macri da Argentina e ele queira que eu apoiasse antecipadamente esse acordo, conversei com o futuro ministro Ernesto e ele recomendou ter um pouco mais de prudência para que o Brasil não perca mercado aí fora”, acrescentou Bolsonaro.
A declaração ocorre um dia depois de o presidente eleito ter recebido em sua casa, no Rio de Janeiro, o assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, em um encontro na direção a uma aproximação maior entre os dois países no campo comercial.
Bolsonaro disse que o Brasil “cansou de eleger gente que odiava os Estados Unidos” e que seu objetivo é governar mais próximo dos norte-americanos.
O presidente eleito informou que nos próximos dias vai anunciar os nomes de mais dois ministros. Nesta sexta, anunciou o almirante Bento Albuquerque para o Ministério de Minas e Energia.
Bolsonaro acrescentou que a conclusão da obra de Angra 3 é uma prioridade do seu governo e não se pode prescindir dessa fonte de energia, além das fontes renováveis
Ele voltou a dizer que a escolha para o Ministério do Meio Ambiente será de uma pessoa que não seja xiita nem favorável à chamada indústria de multas, porque “não se pode atrapalhar o desenvolvimento do nosso país”.
MALTA E PARTIDOS
Ao ser questionado se o senador Magno Malta (PR-ES) teria um cargo em seu governo, Bolsonaro disse que fez campanha sem prometer cargos.
“Magno Malta não vai ficar abandonado. Ele pode participar do governo, mas não tem função para ele ainda. Os cargos de ministério estão se esgotando”, afirmou ele
Bolsonaro minimizou ainda os riscos de evitar negociar com partidos a formação de seu governo e dar preferência às bancadas temáticas. Ele disse que a agenda político-partidária começa na semana que vem.
“Atender agremiações deu errado... o Parlamento é responsável e se dermos errado todo mundo perde e os parlamentares sabem da crise ética, moral e econômica. O presidente não faz nada sozinho.”
(Por Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.