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Ibovespa ronda estabilidade com ajustes de posições em último pregão do mês

30/11/2018 12h04

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado acionário brasileiro oscilava em torno da estabilidade nesta sexta-feira, depois de renovar máximas e encostar nos 90 mil pontos na véspera, com os investidores aproveitando o último pregão do mês para ajustar as suas carteiras, enquanto no exterior prevalecia um sentimento de cautela antes da reunião do G20 na Argentina.

Às 11:43, o Ibovespa <.BVSP> subia 0,08 por cento, a 89.783,58 pontos. O giro financeiro somava 1,95 bilhão de reais.

Na quinta-feira, o indicador registrou uma nova máxima de fechamento, a 89.709,56 pontos, apoiado em um maior apetite global a risco.

"Hoje é fechamento de mês, então tem um pouco de realização de lucros e também ajustes nas carteiras", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos, citando ainda o rebalanceamento do índice MSCI de ações de mercados emergentes.

De acordo com ele, investidores no Brasil estão em compasso de espera, aguardando a votação da cessão onerosa e monitorando o debate entre as equipes do atual e do próximo governo sobre o tema.

Havia expectativa de que o projeto de lei fosse votado ainda nesta semana no Senado, mas as negociações sobre como se daria o repasse a Estados e municípios dos recursos obtidos com eventual leilão do petróleo excedente da área do pré-sal continuam.

Ainda no front doméstico, os agentes do mercado digeriam nesta sexta-feira os dados do IBGE sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, cujo crescimento acelerou para 0,8 por cento no terceiro trimestre em relação ao segundo, quando houve alta de 0,2 por cento. [nEMNIBK0S7]

Também no radar estavam as articulações da equipe de transição do presidente eleito para a tão aguardada reforma da previdência. Na véspera, Jair Bolsonaro disse que entregaria uma proposta no início do mandato e que ela seria diferente da apresentada por Michel Temer. [nL2N1Y42D9]

No exterior, a cautela permeava as negociações antes da cúpula do G20 em Buenos Aires, na Argentina. O foco será o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, que pode ditar os rumos do embate comercial entre as duas maiores economias do mundo.

DESTAQUES

- SUZANO PAPEL E CELULOSE ganhava 3,5 por cento, tendo o melhor desempenho do Ibovespa, após a companhia anunciar o cronograma para conclusão da fusão com a Fibria , na esteira do aval concedido pelo órgão antitruste da União Europeia. Em relatório, a Guide Investimentos considerou os desdobramentos positivos, reiterando recomendação de compra para Suzano, dado o "ciclo ainda positivo para os preços da celulose em 2019", além das sinergias oriundas da incorporação da Fibria. [nL2N1Y50IC]

- VALE subia 0,65 por cento, acompanhando o avanço dos preços do minério de ferro na China, em dia também positivo para as siderúrgicas. USIMINAS PNA se valorizava 3,12 por cento, ocupando a segunda posição na lista de maiores altas do índice, enquanto GERDAU PN tinha ganho de 0,5 por cento e CSN acréscimo de 1 por cento.

- PETROBRAS PN ganhava 0,4 por cento e PETROBRAS ON subia 0,3 por cento, contrariando o recuo das cotações do petróleo lá fora e tendo no radar o noticiário sobre as negociações para votação do projeto de lei da cessão onerosa.

- ITAÚ UNIBANCO tinha alta de 0,6 por cento e BRADESCO PN tinha oscilação positiva de 0,03 por cento, ajudando na ponta positiva do Ibovespa, dado o peso desses papéis em sua composição. Na contramão, BANCO DO BRASIL ON cedia 0,4 por cento e SANTANDER UNIT perdia 0,2 por cento.

- ELETROBRAS PNB recuava 3,9 por cento e ELETROBRAS ON caía 4,1 por cento, entre os destaques negativos do índice, com as atenções voltadas ao processo de venda de distribuidoras da elétrica. Na quinta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar que revoga decisão anterior que impedia a venda da Ceal, no Alagoas, segundo documento obtido pela Reuters. [nL2N1Y50BD]

- CCR ON perdia 2,3 por cento, também entre os piores desempenhos, devolvendo parte dos ganhos obtidos na véspera, quando saltou mais de 11 por cento na esteira do acordo com o Ministério Público de São Paulo para encerrar inquérito envolvendo caixa 2.