Instituto Butantan e Merck vão desenvolver vacina contra dengue no Brasil
Por Taís Haupt
SÃO PAULO (Reuters) - O Instituto Butantan e a farmacêutica norte-americana Merck Sharp and Dhome (MSD) anunciaram nesta quarta-feira ter firmado uma parceria para desenvolver uma vacina contra o vírus da dengue.
As duas instituições irão compartilhar dados clínicos e outros aprendizados de seus programas de pesquisa de desenvolvimento de uma vacina para a doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.
Butantan e Merck licenciaram juntos certos direitos junto ao Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA (NIAID, na sigla em inglês) para o desenvolvimento de uma vacina com o vírus da dengue atenuado.
"Ao compartilhar dados de nossos programas de desenvolvimento de vacinas em andamento, o Instituto Butantan e a Merck estão mais bem posicionados para atingir nossa meta de reduzir o significativo impacto humano e econômico do vírus da dengue no Brasil e no mundo", disse o diretor do Instituto Butantan, dr. Dimas Covas.
O Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 50 a 100 milhões de infecções sintomáticas ocorrem anualmente, incluindo cerca de 500 mil casos graves. No Brasil, o maior número de casos foi registrado em 2015, com 1,6 milhão de registros da doença e 863 óbitos. Em 2018, mais de 187 mil casos foram registrados até agosto.
A Merck fará um pagamento antecipado de 26 milhões de dólares para que o Butantan seja responsável pela fabricação e comercialização de sua vacina experimental no Brasil. O Instituto poderá ainda receber até 75 milhões de dólares por alcançar certos marcos relacionados a pesquisa e comercialização da vacina experimental da Merck.
"Este acordo reconhece o tremendo progresso que cientistas e médicos do Instituto Butantan fizeram no desenvolvimento de sua vacina contra o vírus da dengue", disse o presidente da Merck Research Laboratories, Dr. Roger M. Perlmutter.
O Butantan está na Fase 3 de um estudo para verificar a eficácia de uma vacina de dose única produzida pelo Instituto em São Paulo, desenvolvida para prevenir a dengue.
Os cientistas pretendem inscrever cerca de 17 mil pessoas saudáveis de 15 cidades distintas e com idade entre 2 e 59 anos na pesquisa, que deve durar 5 anos, para determinar a segurança e eficiência da vacina. O responsável pelo estudo é o Dr. Esper Kallas, da Universidade de São Paulo.
A pesquisa anteriormente recebeu financiamento de 120 milhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Pelo contrato firmado com o banco, o Instituto Butantan deve transferir 5 por cento das receitas obtidas com o acordo com a Merck e com a comercialização da vacina no exterior ao BNDES, no primeiro caso de retorno de recursos aplicados pelo banco, de acordo com próprio BNDES.
No final de 2017 a OMS anunciou que revisaria a segurança de uma vacina contra a dengue da Sanofi, depois que a farmacêutica francesa afirmou que o medicamento poderia piorar a doença em alguns casos.
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