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China deixa de lado petróleo dos EUA apesar de trégua em guerra comercial

21/12/2018 11h44

Por Florence Tan e Chen Aizhu

CINGAPURA (Reuters) - A China, maior importadora de petróleo do mundo, deve começar 2019 comprando pouco ou nada em petróleo dos Estados Unidos, apesar de uma trégua de três meses em uma guerra comercial entre os dois países, com custos relativamente altos de fretes e incertezas políticas impactando a demanda.

O fraco apetite significa que os EUA, que se tornaram o maior produtor global de petróleo neste ano, com produção de "shale" em níveis recordes, devem continuar a ter apenas uma pequena fatia do mercado chinês, mesmo em um momento em que nova capacidade chinesa de refino entra em operação.

Isso também sugere que os chineses não devem utilizar as compras de petróleo para ajudar a fechar um déficit comercial entre EUA e China, que segue como uma importante fonte de tensões entre as duas maiores economias globais.

O déficit comercial dos EUA com Pequim atingiu um recorde de 43 bilhões de dólares em outubro, conforme empresas norte-americanas fizeram estoques de produtos chineses para evitar maiores tarifas que podem entrar em vigor no próximo ano.

"As empresas chinesas têm pouco incentivo para comprar petróleo dos EUA devido à ampla disponibilidade de oferta hoje do Irã e da Rússia", disse o analista da consultoria SIA Energy em Pequim, Seng Yick Tee.

"Mesmo que a tensão comercial entre China e EUA tenha se desarmado recentemente, executivos das petroleiras estatais hesitam em buscar petróleo dos EUA, a não ser que sejam ordenados a fazê-lo".