Lava Jato denuncia 42 pessoas por esquema de propina em obra da Petrobras na Bahia
(Reuters) - A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) denunciou 42 pessoas por envolvimento em esquema de propina relativo à construção da sede da Petrobras em Salvador (BA), informou o órgão nesta sexta-feira.
Entre os crimes cometidos que constam na denúncia estão corrupção, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, desvios de recursos de instituição (Petros) e organização criminosa.
No dia 23 de novembro, a Polícia Federal prendeu 20 pessoas e cumpriu diversas ordens de busca e apreensão como parte da investigação sobre pagamentos de propina de empreiteiras a agentes públicos e intermediários na construção de prédio da Petrobras na Bahia.
O prédio no centro das investigações foi concebido por dirigentes da Petrobras e do fundo de pensão Petros para abrigar a sede da estatal em Salvador. O acordo previa que o Petros seria responsável por realizar a obra, e a Petrobras alugaria o edifício por 30 anos.
Segundo comunicado do MPF, "no esquema ilícito montado desde o início, Petrobras e Petros formaram grupos de trabalho nos quais seus integrantes, em conluio com outros dirigentes da estatal e do fundo de pensão, em troca de vantagens indevidas, passaram a fraudar os procedimentos seletivos" para a contratação da empresa gerenciadora da obra, das responsáveis pelo projeto arquitetura e de engenharia executivo e das empreiteiras que ficaram responsáveis pela obra.
O montante da propina rastreado até o momento atinge mais de 67,2 milhões de reais. Na denúncia, o MPF pede o perdimento do produto e proveito dos crimes no montante de quase 151 milhões de reais, "correspondente ao dano já calculado causado a Petros, com repercussão sobre o comprometimento financeiro no aluguel da Torre Pituba pela Petrobras".
No dia das prisões feitas pela PF, a Petrobras disse que a operação teve início a partir de uma investigação que a própria empresa realizou internamente e cujos relatórios com os resultados foram enviados ao MPF.
(Por Tatiana Ramil, em São Paulo; edição de Roberto Samora)
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