Dólar sobe ante real aguardando Previdência e com cautela no exterior
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira, com o mercado à espera de avanços nas negociações para a reforma da Previdência e investidores buscando proteção em meio à cautela no exterior, com temores de desaceleração econômica global e incerteza sobre negociações entre EUA e China.
O dólar avançou 0,63 por cento, a 3,7340 reais na venda. A moeda oscilou entre e 3,7031 reais e 3,7491 reais. Na semana, a divisa acumulou alta de 1,96 por cento.
O dólar futuro tinha avanço de 0,36 por cento.
A moeda passou a operar com um pouco mais de força frente ao real por volta das 14h, acompanhando o exterior, diante da piora nos índices acionários norte-americanos relacionada ao ceticismo sobre o acordo comercial entre EUA e China.
A Casa Branca confirmou que conversas de alto nível entre representantes serão retomadas em Pequim nos dias 14 e 15 de fevereiro.
Na véspera, declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que não pretende se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, antes do prazo de 1º de março determinado pelos dois países para chegar a um acordo comercial, alimentou incertezas.
Também segue no radar do mercado preocupações sobre a desaceleração global alcançando a Europa. A Comissão Europeia reduziu estimativas de crescimento econômico da zona do euro neste e no próximo ano, o que endossou o sentimento.
Após pregão de ajuste na véspera, quando calibraram apostas sobre a reforma da Previdência, investidores retomaram posições de espera, com a percepção de que só haverá uma definição quando Jair Bolsonaro tiver alta hospital e voltar a Brasília.
Nesta sexta, o porta-voz da Presidência afirmou que a pneumonia contraída por Bolsonaro ainda não foi complementamente debelada e que o encerramento do processo infeccioso depende de exames de imagens e avaliações médicas.
"Tem um certo desconforto com relação à saúde de Bolsonaro que pode atrasar a composição política pra fazer a reforma", afirmou mais cedo o estrategista de renda fixa da Coinvalores Corretora, Paulo Celso Nepumoceno.
"É preciso um apoio para a reforma acontecer e com uma demora um pouco maior, com ele (Bolsonaro) mais afastado da linha de frente, pode atrasar um pouco a coalizão que o governo precisa formar", avaliou.
Dirigentes partidários indicaram apoio à reforma da Previdência, mas se disseram insatisfeitos com a falta de informações e falta de contato por parte de interlocutores do governo.
O BC vendeu na sessão 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Assim rolou 3,01 bilhões de dólares dos 9,81 bilhões que vencem em março.
(Por Laís Martins)
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