Dólar avança cerca de 1% ante real com ajustes e ansiedade por reforma da Previdência
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava cerca de 1 por cento ante o real nesta quarta-feira, em sessão de ajuste após queda acentuada na véspera e em meio a ansiedade ligada à reforma da Previdência após alta hospitalar do presidente Jair Bolsonaro.
Às 15:44, o dólar avançava 0,92 por cento, a 3,7479 reais na venda. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1 por cento.
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 1,31 por cento ante o real, fechando a 3,7137 reais, acompanhando otimismo no exterior que alimentou apetite por risco.
Na véspera, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que o texto da reforma da Previdência já foi fechado e apresentado ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
Com a alta do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta, o mercado eleva apostas de que a reforma da Previdência começará avançar e aumenta a ansiedade para conhecer os termos do texto. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que Guedes deve discutir a reforma com o Bolsonaro já na quinta-feira.
"O mercado financeiro fica de olho agora em como serão os detalhes em relação à economia que o Paulo Guedes falou, de 1 trilhão de reais em 10 anos", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Apesar das sinalizações de que a pauta poderá começar a caminhar, ainda não há informações suficientes para se desenhar um cenário de médio prazo, o que acaba segurando o investidor, ponderou o gerente de câmbio da Tullet Prebon, Italo Abucater.
A agência de classificação de risco Moody's avaliou que a reforma da Previdência não deve ser aprovada antes do terceiro trimestre, com a chance de ser adiada ainda mais.
O real segue na contramão das moedas emergentes, uma vez que no exterior o otimismo permanece diante da expectativa de progresso nas negociações comerciais entre EUA e China e de um acordo entre parlamentares que pode evitar uma nova paralisação do governo dos EUA, alimentando o apetite por risco.
O BC vendeu 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou 4,648 bilhões de dólares dos 9,811 bilhões que vencem em março.
(Por Laís Martins)
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