Produção industrial no Brasil inicia ano com maior queda em 4 meses em janeiro
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 13 Mar (Reuters) - A indústria do Brasil iniciou o ano com fraqueza generalizada na produção de janeiro e o pior resultado em quatro meses, com destaque para as perdas de investimentos.
A produção industrial registrou queda de 0,8% em janeiro na comparação com o mês anterior, mostraram dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa é a leitura mais fraca desde setembro do ano passado, quando a produção contraiu 1,9%, e anula o ganho de 0,2% registrado em dezembro.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve recuo de 2,6%, pior taxa para o mês de janeiro desde 2016 (-13,4%).
Ambos os resultados foram mais fracos do que as expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de quedas de 0,1% na variação mensal e de 1,2% na base anual.
"Apesar da mudança de governo, nada mudou para indústria. As expectativas dos empresários até melhoraram, mas isso na prática não se realizou ainda para a indústria", disse o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo.
"A indústria começa 2019 praticamente inalterada em relação ao quadro de 2018", explicou.
A crise na Argentina, o mercado de trabalho com quase 13 milhões de desempregados e uma confiança que ainda não se concretizou explicam esse quadro da indústria brasileira.
André Macedo
Em 2018, a atividade industrial perdeu força ao longo de um ano marcado por incertezas em torno da eleição presidencial, greve de caminhoneiros e recuperação lenta do mercado de trabalho, além de uma crise na Argentina.
A indústria registrou contração no quarto trimestre de 0,3% sobre os três meses anteriores, pesando sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no período -- a economia teve expansão de apenas 0,1% sobre o terceiro trimestre.
No acumulado do ano, entretanto, a indústria mostrou avanço de 0,6%, enquanto o PIB fechou 2018 com expansão de 1,1% sobre o ano anterior.
Categorias
Entre as categorias econômicas, o destaque em janeiro foi a contração de 3% na produção de Bens de Capital, uma medida de investimento, sobre o mês anterior, no terceiro resultado negativo seguido.
Bens Intermediários tiveram queda de 0,1% enquanto Bens de Consumo retraíram 0,3% na comparação mensal.
Os dados do IBGE também mostraram que, entre os ramos pesquisados, 13 dos 26 apresentaram perdas. A maior influência negativa coube a produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com queda de 10,3%.
Pesquisa Focus do Banco Central mostra que a expectativa dos economistas para a indústria neste ano é de uma expansão de 2,8%, acelerando a 3% em 2020.
(Edição de Pedro Fonseca)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.