Dólar sobe, mas reduz alta no fim do pregão de olho em articulações para reforma da Previdência
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve uma sessão volátil nesta terça-feira e terminou em leve alta no mercado à vista, acompanhando o vaivém do noticiário político ligado à reforma da Previdência.
A moeda norte-americana fechou em alta de 0,24 por cento, a 3,8666 reais na venda.
Ao longo do dia, a cotação oscilou de ganho de 0,6 por cento (para 3,8803 reais) e queda de 0,59 por cento (a 3,8343 reais).
Na B3, a referência do dólar futuro tinha alta de 0,38 por cento, a 3,8665 reais.
A cotação foi à mínima pela manhã, mas reverteu após rumores de cancelamento da ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, a audiência na CCJ, primeira parada da reforma previdenciária. Depois, o Ministério da Economia alegou que a "ida do ministro à CCJ será mais produtiva após definição do relator".
A moeda firmou-se no azul após líderes de partidos na Câmara dos Deputados anunciarem que atuarão para tirar do texto da reforma as mudanças nas regras da aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Participantes do mercado temem que o texto da Previdência defendido pelo ministro Paulo Guedes, que prevê economia de pelo menos 1 trilhão de reais em uma década, seja diluído.
"Não é só aprovar a reforma, mas aprovar uma reforma crível. O pior é uma diluição adicional", diz Joaquim Kokudai, sócio-gestor da JPP Capital.
Pesquisa recente do Bank of America Merrill Lynch com 32 fundos que administram 71 bilhões de dólares mostrou que, para 90 por cento dos consultados, uma reforma "positiva" envolve economia de pelo menos 700 bilhões de reais em dez anos. Ainda assim, seria um terço a menos que a proposta original (1,1 trilhão de reais).
À tarde, o dólar perdeu força após líderes dos partidos na CCJ acertaram ida de Guedes à comissão, a convite, na próxima quarta-feira.
Para Rogério Braga, responsável pela gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas, o espaço de altas para o dólar está mais limitado agora, considerando-se a expectativa de ingresso de capital ao país e o cenário de que a reforma da Previdência será aprovada. "Além disso, o mercado como um todo já está comprado em dólar", o que, segundo Braga, explica a performance mais fraca do real em comparação aos mercados de ações e juros.
Os investidores institucionais nacionais sustentam posição comprada líquida na moeda norte-americana de 14,82 bilhões de dólares. Os números consideram contratos de swap cambial, cupom cambial e dólar futuro. A posição dos investidores estrangeiros a favor do dólar é ainda maior: 36,33 bilhões de dólares.
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