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Clarida, do Fed, diz que BC não pode ignorar exposição dos EUA aos riscos no exterior

28/03/2019 12h31

MILWAUKEE, EUA (Reuters) - Os profundos laços comerciais e financeiros dos Estados Unidos expuseram o país a repercussões cada vez maiores que os bancos centrais não podem ignorar ao definir a política monetária, disse o vice-chair do Fed, Richard Clarida, em uma conferência na Europa.

Os choques econômicos no exterior podem atingir diretamente os EUA, cortando a demanda por exportações norte-americanas, mas também podem ser sentidos cada vez mais profundamente por canais financeiros e de câmbio.

Enquanto os investidores mundiais considerarem o dólar como um ativo de segurança, elevando seu valor em tempos de crise e reduzindo os rendimentos dos Treasuries, os EUA terão que prestar atenção, disse Clarida.

"Sabe-se muito sobre as repercussões da política monetária dos EUA em outras economias. Mas se escuta pouco sobre como os choques globais afetam a economia dos EUA", disse Clarida no banco central da França.

Com os mercado de capitais abertos, a soma dos ativos de dívida dos EUA no exterior cresceu de cerca de 25 por cento do Produto Interno Bruto para 300 por cento desde 1960, disse Clarida, uma enorme reserva financeira que pode trazer problemas experimentados por determinado país para dentro dos EUA.

"No mundo de hoje, as autoridades dos EUA dificilmente podem ignorar esses riscos", disse Clarida, embora seu objetivo seja manter o nível máximo de emprego consistente com uma inflação estável de cerca de 2 por cento ao ano.

"Três de nossas mais recentes declarações do Comitê de Política Monetária destacaram as preocupações sobre a evolução econômica e financeira global", disse Clarida. "Na presença desses riscos e com as pressões inflacionárias silenciadas, podemos nos dar ao luxo de ser pacientes" ao decidir qualquer movimento de elevação dos juros.

(Por Howard Schneider)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447509))

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