Intensificação da guerra comercial entre EUA e China afetaria empregos na indústria e agricultura, diz FMI
Por Chris Prentice
WASHINGTON (Reuters) - A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China deve afetar a indústria em ambos os países e provocar perdas de empregos, mas não mudaria o equilíbrio comercial total deles, mostrou nesta quarta-feira um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os EUA e a China verão perdas "consideráveis" na indústria conforme a capacidade do setor se transfere para México, Canadá e leste asiático se as tarifas forem elevadas para 25 por cento sobre o fluxo de todos os produtos entre os dois país, disse o FMI em seu relatório Perspectiva Econômica Global de abril.
Isso pioraria a batalha de tarifas entre dois gigantes econômicos que vem afetando os mercados financeiros desde meados de 2018.
Os EUA já têm tarifas de 25 por cento sobre 50 bilhões de dólares em produtos chinesas e taxas de 10 por cento sobre outros 200 bilhões de dólares. A China retaliou com tarifas sobre produtos norte-americanos, incluindo importantes produtos agrícolas.
Os países vem tentando negociar um acordo para acabar com a disputa.
Os setores de eletrônicos e outros de manufatura na China serão fortemente afetados, e o setor agrícola dos EUA verá uma contração significativa se a guerra comercial se intensificar, mostrou o relatório do FMI.
O grupo prevê um cenário em que "grandes setores em ambos os países cortam número significativo de empregos".
Isso afetará cerca de 1 por cento da força de trabalho nos setores agrícola e de equipamentos de transportes dos EUA e 5 por cento em manufatura chinesa excluindo eletrônicos, com móveis e jóias.
Qualquer tentativa de lidar com um déficit ou superávit comercial com outro país através de tarifas mudaria o equilíbrio comercial com outras nações, sem ter efeito sobre o equilíbrio agregado de um país, disse o FMI.
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