UE planeja retaliação em disputa de aeronaves com EUA
Por Philip Blenkinsop e Tim Hepher
BRUXELAS/PARIS (Reuters) - A União Europeia começou os preparativos para retaliar os subsídios para a Boeing, disse uma autoridade da UE nesta terça-feira, um dia após Washington listar produtos do bloco que planeja atingir com tarifas em suas disputas de aeronaves.
O Representante de Comércio dos Estados Unidos propôs, na segunda-feira, uma gama de produtos da UE, desde aeronaves comerciais até lacticínios e vinhos, para atacar, em retaliação aos subsídios dados à Airbus.
Uma fonte da Comissão Europeia disse nesta terça-feira que o nível das contramedidas propostas pelos EUA foi "muito exagerado", acrescentando que a quantidade de retaliação só poderia ser determinada por um árbitro da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Na disputa paralela da Boeing, a determinação dos direitos de retaliação da UE também está se aproximando e a UE pedirá ao árbitro indicado pela OMC que determine os direitos de retaliação do bloco", disse a fonte, acrescentando que a Comissão está se preparando para agir após a decisão do árbitro.
A Airbus disse que não viu nenhuma base legal para a ação dos EUA e alertou para o aprofundamento das tensões comerciais transatlânticas.
O Ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse em uma conferência em Paris que os dois lados precisam chegar a um acordo amigável.
"Quando vejo a situação em que o crescimento global está, não acho que podemos nos permitir ter um conflito comercial, mesmo que apenas em questões específicas da indústria aeronáutica nos Estados Unidos e na Europa", disse.
Os dois lados estão se aproximando do clímax de uma disputa recorde de subsídios que vem se arrastando pela OMC há quase 15 anos.
Ambos os lados obtiveram vitórias parciais ao afirmar que a Airbus e a Boeing receberam subsídios ilegais, mas discordam sobre o valor envolvido e se cada um cumpriu as decisões anteriores da OMC.
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