FMI quer que acordo entre EUA e China lide com questões estruturais
Por Leika Kihara
WASHINGTON (Reuters) - Qualquer acordo comercial entre China e Estados Unidos deve ser duradouro e consistente com o multilateralismo, abordando fatores estruturais como propriedade intelectual, disse nesta sexta-feira uma autoridade do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Changyong Rhee, diretor do departamento de Ásia e Pacífico do FMI, também afirmou que o otimismo do mercado com o futuro das negociações comerciais entre Washington e Pequim pode significar que o fracasso em alcançar um acordo pode provocar forte reação do mercado.
"Se não houver nenhum acordo alcançado, contrário às expectativas do mercado, o mercado pode reagir bastante negativamente porque já contabiliza que algum acordo será alcançado", disse ele em entrevista à imprensa durante as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial em Washington.
O aumento do otimismo de que os negociadores dos EUA e da China estão se aproximando de um acordo em sua disputa comercial ajudou a aumentar os preços das ações globais, oferecendo algum alívio às autoridades que tem uma desaceleração econômica global.
Os EUA e a China concordaram com um mecanismo para controlar qualquer acordo comercial alcançado, incluindo o estabelecimento de novos "escritórios de aplicação", disse na quarta-feira o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Mas Rhee alertou que o destino das negociações comerciais continua incerto e que se as tensões persistirem, o dano pode se alastrar além da confiança corporativa e dos investimentos.
"Nossa visão geral é de que a tensão comercial teve um impacto negativo na Ásia principalmente ainda através do mercado financeiro...e não diretamente do fluxo comercial", disse ele.
"Mas conforme as tensões comerciais se intensificam mais, começamos a ver os fluxos comerciais afetados."
(Reportagem de Leika Kihara)
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