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Líder do governo reconhece que está "um pouco apertado" para aprovar Previdência no 1º semestre

24/04/2019 16h26

BRASÍLIA (Reuters) - A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), admitiu nesta quarta-feira que, diante dos atrasos na tramitação da proposta, está ficando "um pouco apertado" para aprovar a reforma da Previdência no Congresso no primeiro semestre, mas destacou que ainda existe essa possibilidade.

Joice afirmou que trabalha para que a comissão especial da reforma, que vai analisar o mérito da matéria, seja instalada até quinta-feira. A líder ressalvou, no entanto, que é preciso que haja a indicação dos integrantes da comissão pelos líderes partidários e a escolha dos integrantes da mesa dos trabalhos.

"Não podemos fazer esse trabalho sozinhos", disse a líder governista, em entrevista após participar de solenidade no Palácio do Planalto de sanção da lei que cria a Empresa Simples de Crédito. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, participaram do ato, mas não fizeram discursos nem falaram com a imprensa.

Joice alertou que a próxima semana de trabalho na Câmara dos Deputados poderá ficar esvaziada em razão do feriado do Dia do Trabalho, na quarta-feira, o que em tese poderia adiar a instalação da comissão especial da reforma para a semana seguinte.

Dessa forma, governistas trabalham para tentar instalar o colegiado até quinta-feira. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criou a comissão especial nesta quarta-feira, um dia após a matéria ter superado o primeiro obstáculo no Congresso ao ter sua admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A líder também afirmou que o governo perseguirá um piso de economia com a reforma da Previdência de 1 trilhão de reais, caso haja mudanças em pontos referentes ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria rural, as maiores queixas dos parlamentares. A proposta original estima a economia em 1,1 trilhão de reais em 10 anos.

"Creio que, se a gente mexer em BPC e rural, não estou nem falando em retirar, cortar, mexer de alguma forma, a gente ainda consegue o teto de 1 trilhão de reais. Agora passou disso, aí não dá mais, o negócio fica magro demais, deixar a reforma anoréxica não é um bom caminho para o Brasil", disse.

A líder governista reconheceu que, apesar de classificar como "grande vitória" na CCJ, não se pode ser ingênuo de achar que o Congresso não vai "deixar a sua digital" na proposta enviada pelo governo.

(Por Ricardo Brito)