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Bradesco tem resultado dentro do esperado no 1º tri, vê ganhos em qualidade de ativos

25/04/2019 13h49

Por Carolina Mandl

SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco teve alta de 22 por cento no lucro recorrente do primeiro trimestre, dentro do esperado por analistas e apoiado na redução da inadimplência, que recuaram à mínima histórica.

O Bradesco conseguiu acelerar sua carteira de crédito e melhorou a qualidade de sua carteira de empréstimos, mostrando evolução mesmo diante do ritmo ainda fraco da economia do país.

O presidente-executivo do banco, Octavio de Lazari, disse que o índice de inadimplência deve recuar mais neste ano e que o Bradesco espera alta na rentabilidade.

"Ainda há espaço para melhora no índice de inadimplência", disse Lazari. O índice de inadimplência do Bradesco para operações vencidas há mais de 90 dias foi de 3,3 por cento no trimestre, queda de 0,2 ponto percentual contra um ano antes.

Mesmo a ação do Bradesco era destaque negativo do Ibovespa, caindo 1,1 por cento às 13h40, em meio a um movimento de embolso de lucros após ganhos recentes, disseram operadores.

Analistas ressaltaram em relatórios que os principais pontos negativos no balanço do Bradesco foram as receitas com tarifas e despesas operacionais, que vieram fora das metas do banco.

O lucro do Bradesco no primeiro trimestre somou 6,24 bilhões de reais, praticamente em linha com a média de estimativas de analistas compiladas pela Refinitiv.

A queda em provisão para perdas com crédito ajudou os resultados. A provisão recuou 8,4 por cento na comparação anual.

Analistas do Itaú BBA afirmaram em relatório que ficaram surpresos com a melhoria na qualidade de ativos no trimestre.

CARTEIRA DE CRÉDITO

O volume de empréstimos do Bradesco terminou março em 548,3 bilhões de reais, alta de 3,1 por cento em 3 meses, com evolução nas linhas de pessoa física e jurídica. O Bradesco espera que a carteira de crédito cresça entre 9 e 13 por cento este ano.

Lazari afirmou que o crescimento do banco nos empréstimos superou o que esperava diante da letargia da economia do país. O avanço foi apoiado por novas ferramentas que permitiram ao banco inferir a renda de clientes sem exigir comprovante.

A Reuters publicou em dezembro que o Bradesco esperava ampliar os limites de crédito de muitos clientes em 2019 graças a novas ferramentas capazes de medir a renda a partir de fontes como trabalho autônomo e aluguel.

O presidente do Bradesco afirmou que o banco deve investir 6 bilhões de reais em 2019 em tecnologia.

O retorno sobre patrimônio líquido, indicador da lucratividade dos bancos, subiu para 20,5 por cento no trimestre, em linha com expectativas de analistas. O percentual representa um ganho de 0,8 ponto em relação ao trimestre anterior.

(Reportagem adicional de Paula Laier; edição de Aluísio Alves)