Setor público consolidado tem déficit primário de R$ 18,629 bi em março, melhor que esperado
BRASÍLIA (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro (governo central, estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 18,629 bilhões em março, num resultado melhor que o esperado e que representou uma queda de 25,9% sobre o rombo registrado em igual mês do ano passado, informou o Banco Central nesta terça-feira.
Ainda assim, o dado foi o segundo pior para o período da série histórica iniciada pelo BC em dezembro de 2001, com a receita arrecadada pelo governo sendo insuficiente para cobrir a contínua elevação dos gastos públicos.
Em pesquisa Reuters, a expectativa era de um saldo negativo de R$ 21,5 bilhões para o mês.
Na véspera, o Tesouro Nacional já havia divulgado que a melhora do governo central em março sobre um ano antes veio com o recebimento de dividendos dos bancos públicos e com o empoçamento de despesas --movimentos que não refletem uma melhora estrutural das contas públicas.
Pela metodologia adotada pelo BC, o déficit do governo central (governo federal, BC e Previdência) foi de R$ 20,4 bilhões em março.
Ao mesmo tempo, os governos regionais tiveram superávit de R$ 1,531 bilhão em março, ao passo que as empresas estatais ficaram no azul em R$ 239 milhões. Em 12 meses, o déficit do setor público consolidado foi a R$ 99,312 bilhões, equivalente a 1,43% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para o ano, a meta é de um rombo primário de R$ 132 bilhões, sexto resultado consecutivo no vermelho.
Dívida
Em março, a dívida bruta subiu a 78,4% do PIB, contra projeção de analistas de 77,8% e um patamar de 77,4% do PIB em fevereiro. Por sua vez, a dívida líquida recuou a 54,2% do PIB em março, ante estimativa de analistas de que iria a 54,6% do PIB, e nível de 54,4% no mês anterior.
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