Rappi quer triplicar número de cidades onde opera no Brasil com aporte do Softbank
Por Carolina Mandl e Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - O Rappi, uma das poucos unicórnios latino-americanos, deve triplicar o número de cidades brasileiras onde opera, utilizando os recursos do aporte de fundos geridos pelo japonês Softbank Group no país.
O presidente e co-fundador da Rappi, Sebastian Mejia, disse que a empresa vai usar a maior parte do 1,2 bilhão de dólares que recebeu do Softbank e de investidores atuais para elevar o número de cidades brasileiras onde opera de 20 para 70. "A maior parte dos recursos será usada no Brasil", disse Mejia numa entrevista nesta quinta-feira.
A empresa também pretende entrar em dois a quatro novos países, disse Mejia, sem informar quais são. Atualmente o Rappi tem operações em Argentina, Brasil, Chile, México, Peru, Uruguai e Colômbia.
Mejia descartou fazer aquisições para crescer na América Latina usando os novos recursos, dizendo que seus rivais usam uma tecnologia muito diferente do Rappi.
O Rappi recebeu 1 bilhão de dólares do Softbank e 200 milhões de dólares de seus investidores atuais, que incluem DST Global, Delivery Hero, Sequoia Capital, Andreessen Horowitz e Y Combinator.
O investimento de 1 bilhão de dólares será dividido entre o SoftBank Group Corp e um outro veículo de investimentos do grupo, o Vision Fund. Depois, num segundo momento, o Innovation Fund, voltado para a América Latina e ainda em fase de constituição deve comprar a fatia do SoftBank Group.
O valor atribuído à Rappi triplicou no último ano, entre as duas últimas rodadas de financiamento, disse Mejia, porque o volume total faturado pelo aplicativo triplicou. O crescimento no Brasil foi de 24 vezes em volume faturado.
Além de aumentar o número de cidades onde está presente, o Rappi diz que usará os recursos para aprimorar a tecnologia e construir um super app, onde os consumidores poderão não apenas pedir entrega de produtos, mas comprar produtos e serviços e até fazer transferências de dinheiro.
Mejia disse que por enquanto o Rappi não considera uma parceria com uma instituição financeira em pagamentos digitais, mas não descarta uma negociação potencial no futuro.
A negociação entre o Softbank e o Rappi durou apenas dois meses, segundo o presidente. "Ficamos entusiasmados porque o Softbank é o maior investidor do mundo em startups e está apostando no crescimento da inovação na América Latina, que pode contribuir muito para o crescimento da região", disse Mejia.
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