Trump diz que não tem pressa para assinar acordo com China à medida que guerra comercial se agrava
Por Susan Heavey e Yawen Chen
WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que não tem pressa em assinar um acordo comercial com a China, no momento em que Washington impôs um novo conjunto de tarifas sobre as importações chinesas e os negociadores encerraram o segundo dia de conversas na tentativa de alcançar um acordo.
Nesta sexta-feira, os Estados Unidos elevaram suas tarifas sobre 200 bilhões em produtos chineses para 25%, ante 10%, elevando as preocupações dos mercados financeiros sobre uma guerra comercial que já dura 10 meses entre as duas maiores economias do mundo. A China deve retaliar.
As tarifas entraram em vigor apenas algumas horas antes do representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer; do secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin; e do vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, realizarem um segundo dia de negociações em Washington. A reunião terminou após cerca de 90 minutos.
"Foram discussões construtivas. É tudo que posso dizer", disse Mnuchin a repórteres ao deixar o escritório de Lighthizer.
Pela manhã, Trump defendeu o aumento das tarifas e disse que estava "absolutamente sem pressa" para finalizar um acordo, acrescentando que a economia dos EUA ganhará mais com as tarifas do que com qualquer acordo.
"As tarifas trarão MUITO MAIS ganhos para o nosso país do que até mesmo um acordo tradicional fenomenal", disse Trump em uma das publicações no Twitter.
Apesar da insistência de Trump de que a China absorverá o custo das tarifas, as empresas dos EUA as pagarão e, provavelmente, as repassarão aos consumidores. Os gastos do consumidor respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA.
Trump, que adotou políticas protecionistas como parte de sua agenda "América Primeiro" e criticou a China por práticas comerciais que rotulou como injustas, disse que as negociações comerciais, que deveriam terminar nesta sexta-feira, podem ser prorrogadas para além desta semana.
"Continuaremos a negociar com a China na esperança de que eles não tentem novamente refazer o acordo!" disse Trump, que acusou Pequim de quebrar os compromissos assumidos durante meses de negociações.
Após o aumento da tarifa dos EUA, o Ministério do Comércio da China disse que retaliará, mas não deu mais detalhes.
A China respondeu às tarifas de Trump no ano passado com impostos sobre uma série de produtos norte-americanos, incluindo soja e carne de porco, que prejudicaram os agricultores dos EUA em um momento em que sua dívida atingiu o mais alto nível em décadas.
O secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, disse nesta sexta-feira que Trump pediu a ele que criasse um plano para apoiar os agricultores. O Departamento de Agricultura dos EUA já liberou até 12 bilhões de dólares para ajudar a compensar as perdas relacionadas à China.
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