China rejeita afirmação de Trump de que tarifas dos EUA fazem empresas saírem do país
PEQUIM (Reuters) - Os investidores estrangeiros continuam entusiasmados com a China, afirmou o Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira, depois da afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que suas tarifas estão fazendo as empresas transferirem a produção da segunda maior economia do mundo.
Trump afirmou em entrevista divulgada no domingo que suas tarifas sobre os produtos chineses estão levando as empresas a transferirem sua produção da China para o Vietnã e outros países asiáticos, e acrescentou que qualquer acordo para encerrar a guerra comercial com a China não pode ser igualitário.
Nenhuma nova negociação comercial entre autoridades chinesas e norte-americanas foi marcada desde que a última rodada terminou em 10 de maio --mesmo dia em que Trump elevou de 10% para 25% as tarifas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses.
Trump adotou a medida depois que a China buscou mudanças em um acordo que autoridades dos EUA dizem que já tinha sido fechado.
Desde então, a China adotou um tom mais duro em sua retórica, sugerindo que uma retomada das negociações para acabar com 10 meses de guerra comercial não deve acontecer em breve.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, respondendo a uma pergunta sobre a afirmação de Trump, disse que os investidores estrangeiros "ainda estão otimistas" quanto à China.
"Embora ao longo do último ano ou mais os EUA tenham continuado a ameaçar os produtos chineses com tarifas adicionais, todos podem ver que o entusiasmo de investidores estrangeiros na China permanece alto", disse Lu.
Lu listou empresas, incluindo Tesla, BASF e BMW, dizendo que todas aumentaram seu investimento na China. Ele acrescentou que o país continuará a melhorar as condições de negócios e investimento para empresas estrangeiras.
Mas empresas estrangeiras estão cada vez mais cautelosas com o que dizem ser reformas econômicas fragmentadas na China.
A comunidade empresarial dos EUA na China defende nos últimos anos uma linha mais dura em relação ao que vê como políticas comerciais chinesas discriminatórias.
(Reportagem de Ben Blanchard)
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