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Ibovespa cai 0,49%, mas fecha maio no azul pela 1ª vez em 9 anos

31/05/2019 17h32

Por Stefani Inouye e Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista teve queda nesta sexta-feira, mas fechou maio no azul pela primeira vez em nove anos, com os agentes otimistas quanto à aprovação da reforma da Previdência, fator que compensou o cenário global mais adverso.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,44%, a 97.030,23 pontos, nesta sexta-feira. Em maio, o indicador teve alta de 0,7%, elevando o ganho de 2019 para 10,4%. O giro financeiro do dia somou 16,32 bilhões de reais.

Os mercados no exterior encerraram em queda em meio a preocupações sobre a saúde da economia global, após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar na véspera a imposição de tarifa de 5% sobre as importações do México. A medida tem como objetivo forçar uma redução no número de imigrantes ilegais, que entram nos EUA via fronteira com o México.

"Tem muita incerteza envolvendo essa medida (de imposição de tarifas) dos EUA e é inevitável que isso respingue aqui, mas os investidores estão mais de olho no cenário doméstico", afirmou o estrategista-chefe, Rafael Bevilacqua, da consultoria Levante, acrescentando que a visão de que as pautas econômicas estão andando, especialmente a da Previdência, anima o mercado.

O acordo firmado no início da semana entre o presidente Jair Bolsonaro e os presidentes das Casas do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) em torno de projetos considerados importantes pelo governo para retomada do crescimento sustentou o ânimo dos investidores nas últimas sessões.

DESTAQUES

- BRF recuou 4,52%, enquanto MARFRIG avançou 0,74%, após as empresas anunciarem na noite da véspera o início de discussões para uma possível fusão, abrindo caminho para formar um dos maiores grupos de carne do mundo. A composição acionária pode deixar atuais acionistas da BRF com 84,98% da nova empresa, enquanto os 15,02% restantes serão da Marfrig.

- PETROBRAS PN caiu 2,29% e PETROBRAS ON recuou 2,15%, na esteira da forte queda nos preços do petróleo no exterior. A estatal confirmou na véspera que o processo de desinvestimento nos campos de petróleo de Pampo e Enchova está em fase de apresentação de ofertas finais, mas não apontou valores ou comprador.

- VALE teve queda de 2,02%, com baixa dos preços do minério de ferro na China causada por preocupação de investidores com uma sobreoferta do produto.

- BRASKEM subiu 4,06%. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) assinaram nesta sexta-feira o acordo de leniência com a companhia, investigada pela Operação Lava Jato. O acordo prevê que a empresa terá entre 2020 e 2025 mais 1,54 bilhão de reais em pagamentos correspondentes a danos, enriquecimento ilícito e multas.

- ENEVA valorizou-se 5,81%. A elétrica ficou entre as vencedoras de um leilão federal para viabilizar soluções de suprimento de energia a Roraima, que fechou a contratação de uma potência nominal de 293,8 megawatts (MW), provenientes de nove empreendimentos.