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Ibovespa sobe e fecha 3ª semana no azul com exterior e avanço em agenda econômica

07/06/2019 17h06

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, assegurando a terceira semana consecutiva no azul, em meio ao viés de política monetária externa favorável a ativos de risco e novos avanços na pauta de reformas do país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,63%, a 97.821,26 pontos. O volume financeiro na sessão somou 11,8 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 0,82%.

"Foi um dia bom para ativos de risco no mundo", afirmou o gestor de portfólio Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos, citando que o movimento foi liderado pelas bolsas norte-americanas após dados de emprego dos Estados Unidos.

De acordo com o gestor, os números beneficiaram moedas e bolsas de países emergentes, dado que corroboraram expectativas de juros menores em economias desenvolvidas.

No mês passado, foram criadas 75 mil vagas de emprego fora do setor agrícola dos EUA e os dados de março e abril foram revisados para mostrar geração de 75 mil vagas a menos que reportado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 185 mil postos de trabalho no mês passado.

Da cena local, repercutiu positivamente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite da véspera, de que a venda do controle de subsidiárias de estatais não precisa de aval do Congresso Nacional.

Analistas avaliaram que a decisão é positiva para o plano de privatizações do governo federal, o que agrada agentes financeiros, que veem na venda de ativos mais um componente para melhora da situação fiscal no país.

Também repercutiu positivamente a aprovação na semana pelo Senado de medida provisória que trata do combate a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na segunda-feira e do marco regulatório do saneamento básico, na véspera.

Tais episódio referendaram a melhora recente do sentimento no mercado com a agenda econômica no país.

"A probabilidade de aprovação de uma reforma da Previdência robusta tem aumentado, o que tranquiliza os mercados", destacou a equipe da Verde Asset Management, em relatório a clientes sobre o desempenho do fundo Verde FIC FIM.

"Ainda vemos excesso de pessimismo com crescimento econômico, e isso nos mantém confortáveis com posições de ações, apesar da alta recente", destacou, afirmando que o fundo aproveitou a volatilidade da primeira metade do mês para voltar a aumentar sua posição em ações brasileiras.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 1,83% e PETROBRAS ON valorizou-se 2,72% após o ministro do STF Edson Fachin liberar a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), da companhia, a um consórcio integrado pela elétrica francesa Engie, pouco após decisão do plenário da corte sobre alienação do controle acionário de subsidiárias de estatais. O avanço do petróleo no exterior endossou a alta dos papéis.

- BANCO DO BRASIL fechou em queda de 0,81%, enfraquecido por preocupações sobre o setor bancário com uma eventual recuperação judicial pelo conglomerado Odebrecht. A Moody's disse que o fracasso da venda da participação na Braskem pode impactar credores da Odebrecht, incluindo o banco estatal. No setor, contudo, ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,07% e BRADESCO PN avançou 0,03%.

- ESTÁCIO valorizou-se 7,44%, liderando com folga as altas do Ibovespa, após quatro pregões seguidos de baixa, período em acumulou declínio de quase 7%. Analistas do Itaú BBA elevaram a recomendação para as ações para 'outperform', com preço-alvo de 40 reais, argumentando que o mercado está subestimando a criação de valor que a estratégia de expansão do ensino à distância da companhia e as alavancas de eficiência devem gerar. No setor KROTON subiu 2,74%.

- BRMALLS subiu 4,29%, em sessão positiva para ações de empresas de shopping centers, com IGUATEMI em alta de 2,06% e MULTIPLAN valorizando-se 3,53%. Em nota a clientes, a analista Bruna Pezzin, da XP Investimentos, afirmou que, apesar dos desafios de curto prazo, mantém visão otimista para o setor e acredita que essas três empresas se beneficiarão de recuperação econômica potencialmente mais acentuada a partir do segundo semestre.

- ALIANSCE fechou com elevação de 7,16%, após a administradora de shopping centers anunciar na véspera que assinou um acordo por meio do qual será incorporada pela Sonae SIERRA BRASIL, que recuou 3,51%. O Bradesco BBI classificou a união como um "casamento feliz" e elevou o preço-alvo da ação da Aliansce.

- CYRELA avançou 4,04%, tendo também de pano de fundo relatório do Itaú BBA, em que os analistas elevaram o preço-alvo de 16,60 para 19,70 reais, reiterando recomendação 'market perform'. Na véspera, a construtora e incorporadora disse que seu diretor de relações com investidores, Paulo Gonçalves, renunciou e que Miguel Mickelberg acumulará cargos de diretor financeiro e de RI.

- VALE fechou em baixa de 0,29%, em sessão com feriado na China, descolada da alta em papéis de mineradoras no mercado europeu.

- BRF caiu 4,56% e MARFRIG perdeu 0,46%, com o mercado avaliando o anúncio de fusão entre ambas. Mais cedo, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou que as exportações de carne de frango do Brasil, maior exportador global do produto, totalizaram 381,1 mil toneladas em maio, alta de 14,4% ante o mesmo período do ano passado, com uma disparada nas vendas para a China.

- HYPERA cedeu 3,18%, com o papel pressionado após notícias de que a Procuradoria-Geral da República pediu nesta semana o cancelamento do acordo de delação premiada do ex-diretor da companhia Nelson Mello na operação "Lava Jato".

(Edição de Aluísio Alves)