Ibovespa renova recorde de fechamento, ainda sob influência de Previdência
Por Peter Siqueira
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa encerrou esta sexta-feira com leve alta, o suficiente para garantir nova máxima histórica, descolando-se dos mercados internacionais, sob influência pela expectativa de aprovação da reforma da Previdência no plenário da Câmara na próxima semana.
O Ibovespa subiu 0,44%, para o recorde de 104.089,47 pontos. O volume financeiro da sessão somou 15 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa avançou 3,1%.
Os investidores monitoraram os passos finais da tramitação da reforma da Previdência, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmando que começa já no sábado as movimentações para garantir a aprovação da matéria no plenário da Casa a partir da próxima semana.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que algumas questões da reforma serão corrigidas na votação no plenário da Câmara, e destacou que espera a aprovação final da matéria na Casa antes do recesso parlamentar.
"O descolamento do Ibovespa (em relação aos mercados internacionais), se dá muito por conta do otimismo quanto à reforma da Previdência", disse o analista Ilan Arbetman da Ativa Investimentos.
Antes de fechar no azul, o índice chegou a recuar quase 1%, após a alta da véspera e também influenciado pelas bolsas do exterior, diante da forte criação de emprego dos Estados Unidos em junho, reduzindo as expectativas de um corte agressivo de juros pelo Federal Reserve neste mês.
O relatório de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou a criação de 224 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, o maior número em cinco meses e acima do esperado.
Em Wall Street na volta do feriado, o índice S&P 500 cedeu 0,18%.
DESTAQUES
- BRADESCO PN, valorizou-se 0,87%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,11%. BANCO DO BRASIL perdeu 0,33%, pior desempenho entre os bancos no Ibovespa, após fechar na máxima histórica na véspera, a 55,18 reais.
- VALE caiu 2,54%, na esteira da forte queda dos preços do minério de ferro na China, enquanto agentes também continuam analisando potenciais mudanças na legislação envolvendo o setor de mineração. CSN também sofreu com a queda nos preços da commodities e recuou 1,3%.
- SUZANO valorizou-se 2,99%, no terceiro pregão consecutivo de alta, embora analistas continuem enxergando um cenário desfavorável para o setor de celulose no curto prazo. No ano, as ações figuram no pequeno grupo do Ibovespa que acumulam queda, com declínio de cerca de 13%.
- GOL ganhou 6,23%, com dados de tráfego também no radar, além de expectativas relacionadas a desdobramentos da recuperação judicial da Avianca Brasil. Nesta semana, o papel da empresa disparou 24%. AZUL, que também divulgou números sobre demanda e oferta, reverteu queda vista mais cedo e subiu 3,64%
- PETROBRAS PN subiu 0,04% e PETROBRAS ON caiu 0,43%. A companhia começou a divulgação a investidores do processo de venda de suas participações em campos de produção na Bacia do Espírito Santo.
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