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Saques do FGTS podem impactar construtoras, mas ajudam shoppings, vê Credit Suisse

17/07/2019 16h10

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A eventual liberação de saque dos recursos de contas ativas do FGTS pode afetar os planos de crescimentos de construtoras com foco na baixa renda, mas deve ajudar companhias de shopping centers, na visão de analistas do Credit Suisse, em relatório a clientes nesta quarta-feira.

De acordo com notícias publicadas na mídia, o governo deve permitir que os trabalhadores saquem até 35% dos recursos dos contratos de trabalho atuais do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o que o governo estima que deve liberar 42 bilhões de reais para a economia.

Para Luis Stacchini e Vanessa Quiroga, isso pode representar menos recursos disponíveis para emprestar para moradias de baixa renda, o que poderia afetar os planos de crescimento de companhias como MRV, Direcional e Tenda, e até mesmo trazer volatilidade para os lançamentos.

Por volta das 16h, as ações da MRV cediam 0,15%, enquanto Direcional perdia 2,3% e Tenda caía 2%, enquanto o índice do setor imobiliário avançava 0,5%.

Do lado das companhias de shoppings, os analistas lembram que a liberação do FGTS pelo governo do então presidente Michel Temer em 2017 se refletiu em um significativo crescimento das vendas mesmas lojas nos shopping centers.

"Em nossa opinião, qualquer anúncio que permitisse retiradas agora poderia fornecer um impulso de curto prazo para as vendas mesmas lojas dos shoppings. E neste momento, a recuperação econômica sustentada poderia vir atrás", afirmaram.

Stacchini e Quiroga entendem que isso poderia aumentar a confiança dos empresários no setor de varejo e desencadear mais aberturas de lojas, potencialmente abrindo espaço para as empresas reduzirem os descontos e talvez até mesmo anunciarem um maior crescimento em um prazo mais curto.

"Consideramos este anúncio positivo para toda a nossa cobertura", escreveram no relatório, referindo-se a Aliansce, que subia 0,4%; brmalls, que avançava 1%; Iguatemi, que operava em alta de 1,9%; e Multiplan, que valorizava-se 2,7%.