Bolsonaro diz que anúncio de liberação do FGTS deve ser nesta 5ª-feira, mas "faltam ajustes"
BRASÍLIA, 18 Jul (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse que o anúncio de uma nova liberação de saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve ser feito nesta quinta-feira (18), mas não quis adiantar o modelo que será usado porque "faltam alguns ajustes".
"Deve ser anunciado hoje", disse o presidente ao sair do Palácio da Alvorada e parar para conversar com alguns apoiadores. Perguntado sobre os detalhes, Bolsonaro disse que ainda não foi "batido o martelo".
O Palácio do Planalto preparou para a tarde desta quinta um evento em alusão aos 200 dias de governo e a intenção é anunciar, juntamente com outras medidas, a liberação do FGTS.
A autorização para novos saques está sendo tratada pela equipe econômica como a melhor possibilidade de o governo conseguir recuperar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. Desde o início do ano, a previsão oficial de crescimento do governo já foi reduzida dos 1,6% originais para 0,81%.
De acordo com informações obtidas pela agência de notícias Reuters, o Ministério da Economia trabalha com dois modelos para a liberação do FGTS.
Um deles contempla a liberação de contas ativas e inativas, com saques escalonados na data de aniversário dos trabalhadores. O outro projeto envolve apenas as contas inativas, ligadas a vínculos empregatícios já encerrados.
Medida pode liberar R$ 30 bi
No primeiro caso, as estimativas da equipe econômica apontavam uma liberação mais próxima de R$ 30 bilhões com os saques, em contraposição ao patamar de R$ 42 bilhões apontado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao jornal "Valor Econômico" na quarta-feira (17).
A cifra mais modesta deve-se, de acordo com a fonte, a cálculos que foram atualizados para não colocar em risco o "funding" (financiamento) da habitação. O FGTS responde por quase metade dos recursos direcionados para a compra de moradia via crédito imobiliário.
Os dois modelos foram apresentados ao presidente na noite de quarta-feira assim que chegou da Argentina, onde participou de reunião de cúpula do Mercosul. A expectativa é que Bolsonaro tome uma decisão nesta quinta para que o anúncio seja feito durante a comemoração dos 200 dias.
A medida repete o que foi feito pelo governo do ex-presidente Michel Temer em 2017. À época, a liberação das contas inativas do FGTS colocou 44 bilhões de reais na economia. O então Ministério do Planejamento disse que a injeção de recursos elevou o PIB do ano em 0,61 ponto percentual. O crescimento do PIB de 2017 foi de 1%.
(Por Lisandra Paraguassu; edição de Pedro Fonseca)
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