Bolsonaro visita China e três países árabes em outubro para melhorar as relações comerciais
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Depois das dificuldades criadas no início do seu governo com os países árabes e a China, o presidente Jair Bolsonaro planeja para o final de outubro uma rodada de viagens incluindo Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, e terminando na China.
O roteiro ainda está sendo finalizado pelo Palácio do Planalto e o Itamaraty, e pode incluir também o Japão, para a entronização oficial do novo imperador japonês, Naruhito, em 22 de outubro.
Bolsonaro já havia anunciado que iria a China, maior parceiro comercial do Brasil, ainda este ano, e que gostaria de visitar também alguns países árabes. A visita é uma tentativa de recuperar o desgaste nas relações criados a partir de declarações do presidente durante a campanha e também no início de seu governo.
A promessa de Bolsonaro de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo os passos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repercutiu negativamente entre os países árabes, ameaçando prejudicar a relação comercial do Brasil com a região, uma das maiores compradoras de proteína animal brasileira, especialmente aves.
Em relação a China, o presidente, ainda em campanha, fez vários comentários sobre o que chamava de risco dos chineses "comprarem o Brasil".
Pragmáticos, os chineses mantiveram silêncio e, recentemente, com a visita do vice-presidente Hamilton Mourão a Pequim, a relação teria mostrado avanços.
De acordo com uma fonte palaciana, o presidente quer incluir a entronização do novo imperador japonês no roteiro, mas o Planalto ainda estuda se será possível. Bolsonaro já se comprometeu à comparecer à missa de celebração da canonização de Irmã Dulce, no dia 20 de outubro, em Salvador, o que dificultaria sua chega a Tóquio a tempo da entronização.
O presidente também já confirmou sua ida a Nova York, no final de setembro, para a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em que o presidente brasileiro é tradicionalmente o primeiro a discursar.
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