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Kudlow diz que Casa Branca "descartou" intervenção cambial

26/07/2019 16h46

Por Makini Brice

WASHINGTON (Reuters) - O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse nesta sexta-feira que os Estados Unidos "descartaram" intervenção nos mercados de câmbio para afetar o valor do dólar, embora o governo do presidente Donald Trump esteja preocupado que outros países estejam deliberadamente enfraquecendo suas moedas.

"Na semana passada, tivemos uma reunião com o presidente e os diretores econômicos e descartamos qualquer intervenção cambial", disse Kudlow em entrevista à CNBC.

Trump tem reclamado publicamente da força do dólar norte-americano, dizendo que isso prejudica a competitividade do país. Mas Kudlow contestou a afirmação de que o presidente quer um dólar mais fraco.

"Eu não concordo com sua afirmação de que o presidente quer um dólar fraco", disse Kudlow.

"A preocupação do presidente é que outros países possam estar manipulando suas próprias moedas para tentar obter vantagem comercial temporária e de curto prazo", acrescentou Kudlow.

Posteriormente, Kudlow disse a jornalistas que o presidente Trump quer um dólar estável.

Em um tuíte publicado na segunda-feira, Trump reclamou que era "muito injusto que outros países manipulassem suas moedas". O presidente dos EUA tem responsabilizado a política monetária do Federal Reserve por grande parte da força do dólar e demandado que o banco central corte o juro na semana que vem.

O Fed vinha elevando as taxas de juros até o final do ano passado, e a diferença substancial entre os custos de empréstimos dos EUA e de outras economias desenvolvidas tem sido vista como um catalisador para a força do dólar.

Mas o Fed deve cortar os juros na reunião da próxima semana, como resposta ao que classifica como efeitos negativos sobre a economia decorrentes das políticas comerciais de Trump.

Nos últimos 12 meses, o índice do dólar subiu cerca de 3,5%, em grande medida por causa da valorização frente ao euro. Nesta sexta-feira, o índice alcançou o maior nível em dois meses e está a apenas 0,5% dos patamares mais altos em mais de dois anos.

Em relação ao yuan chinês, o dólar acumula alta de 1,4% nos últimos 12 meses. Boa parte desse ganho foi conquistada a partir de maio, depois que Trump aumentou tarifas sobre bilhões de dólares das importações chinesas.