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Geração de empregos nos EUA desacelera em agosto mais do que o esperado

06/09/2019 09h50

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento na geração de empregos nos Estados Unidos desacelerou em agosto mais do que o esperado, com as contratações no varejo caindo pelo sétimo mês consecutivo, mas fortes ganhos salariais devem apoiar os gastos dos consumidores e manter a economia em expansão moderada em meio a ameaças crescentes de tensões comerciais, mostrou um relatório do Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.

O relatório, observado de perto, também mostrou uma recuperação nas horas trabalhadas, depois que as indústrias aumentaram as horas de trabalho após cortá-las em julho.

O enfraquecimento da economia, sublinhado pela inversão da curva de rendimentos dos Treasuries, tem sido atribuído à guerra comercial da Casa Branca com a China, que já dura um ano.

A economia dos Estados Unidos gerou, em termos líquidos, 130 mil empregos em agosto. O dado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela Reuters, que esperavam a criação de 158 mil novas vagas.

Os EUA criaram 20 mil empregos a menos em junho e julho do que o relatado anteriormente.

A taxa de desemprego permaneceu inalterada em 3,7% pelo terceiro mês consecutivo, à medida que mais pessoas ingressaram na força de trabalho.

O documento mostrou ainda que o salário médio por hora trabalhada subiu 0,4% no mês passado, maior aumento desde fevereiro, depois de avançar 0,3% em julho. Mas o aumento anual dos salários desacelerou para 3,2%, ante 3,3% em julho, após retiradas do cálculo fortes altas do ano passado. Firmes gastos dos consumidores estão apoiando a economia.

As horas trabalhadas por semana se recuperaram depois de caírem para o nível mais baixo em quase dois anos em julho. O número ficou, em média, em 34,4 horas semanais em agosto, ante 34,3 horas em julho. Uma medida de horas trabalhadas, uma "proxy" para o Produto Interno Bruto (PIB), aumentou 0,4%, após cair 0,2% em julho.

A geração de empregos no setor de construção aumentou em 14 mil, depois de cair em 2 mil unidades em julho. O emprego no varejo caiu em 11 mil, estendendo um declínio iniciado em fevereiro. O emprego no setor público aumentou em 34 mil postos, impulsionado pela contratação temporária para o censo de 2020.