Preços ao produtor nos EUA têm alta inesperada, mas mercado ainda espera corte de juro pelo Fed
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - Os preços ao produtor nos Estados Unidos subiram inesperadamente em agosto, e os preços subjacentes se recuperaram, mas os dados não mudaram as expectativas do mercado financeiro de que o Federal Reserve cortará as taxas de juros novamente na próxima semana para apoiar uma economia em desaceleração.
O Departamento do Trabalho divulgou que seu índice de preços ao produtor para a demanda final avançou 0,1% no mês passado, com um salto no custo dos serviços que compensou a maior queda no preço de bens em sete meses. Em julho, os preços ao produtor haviam subido 0,2%.
Nos 12 meses encerrados em agosto, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) avançou 1,8%, após aumentar 1,7% em julho.
Economistas consultados pela Reuters previam que o PPI permaneceria inalterado em agosto e subiria 1,7% na comparação anual.
Excluindo os componentes voláteis --que incluem alimentos, energia e serviços comerciais--, os preços ao produtor avançaram 0,4% no mês passado, após recuarem 0,1% em julho, no primeiro declínio desde outubro de 2015. O chamado núcleo do PPI subiu 1,9% nos 12 meses até agosto, depois de aumentar 1,7% em julho.
O Fed, que tem uma meta de inflação anual de 2%, acompanha o núcleo do índice PCE para tomar decisões de política monetária. O núcleo do PCE aumentou 1,6% na comparação ano a ano em julho e tem ficado abaixo da meta ao longo deste ano.
Os mercados financeiros precificam um corte de juros na reunião de política do Fed de 17 e 18 de setembro, diante do cenário de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, que têm abalado a confiança empresarial e empurrado o setor manufatureiro global e norte-americano à recessão.
Em agosto, os preços de energia no atacado caíram 2,5%, após subirem 2,3% no mês anterior. Os preços foram afetados pela queda de 6,6% nos preços da gasolina, após aumento de 5,2% em julho.
Os preços das mercadorias recuaram 0,5% no mês passado, maior baixa desde janeiro, após terem subido 0,4% em julho.
Os preços de energia foram responsáveis por mais de 80% da queda no custo dos produtos em agosto. Os preços dos alimentos no atacado recuaram 0,6% em agosto, após terem subido 0,2% no mês anterior.
O núcleo do índice de preços para bens ficou estável no mês passado, após alta de 0,1% em julho.
O custo dos serviços aumentou 0,3%, após recuo de 0,1% em julho. Os preços dos serviços foram impulsionados por um salto de 6,4% no custo das acomodações, maior ganho desde abril de 2009.
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