Embraer espera aumento em encomendas por novo avião E195-E2
Por Marcelo Rochabrun
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, São Paulo (Reuters) - A Embraer espera nos próximos meses um "aumento significativo" nos pedidos do novo jato de passageiros E195-E2, o maior da nova geração da companhia, afirmou nesta quinta-feira o presidente da divisão de aviação comercial a empresa, John Slattery.
A produção do E195-E2, cuja primeira entrega foi feita à companhia aérea Azul mais cedo, será em breve controlada pela norte-americana Boeing, que está em processo de comprar participação de 80% na divisão de aviação comercial da companhia brasileira por 4,2 bilhões de dólares. O E195-E2 pode transportar cerca de 140 passageiros.
Executivos da Embraer afirmaram que operações comerciais bem sucedidas do novo avião deverão incentivar novas encomendas, ajudando a empresa a competir com a Airbus.
"Eu espero que vamos acertar mais transações, tenho expectativa de que ocorram antes do final do ano", afirmou Slattery. "Não vejo uma grande onda de empresas que precisem adiar ou queiram adiar por causa da transação da Boeing", acrescentou o executivo.
Questionado sobre o avião, o executivo do setor de aviação David Neeleman, fundador da Azul, afirmou que com o E195-E2 "podemos ter 18 assentos a mais no avião, com um custo de viagem 15% menor".
"Se você tem algo que é 15% mais barato, você quer esta coisa e mais nada", acrescentou.
As ações da Azul subiam 5,6% às 14h30, enquanto as da rival Gol mostravam alta de 2,8%. No mesmo horário, os papéis da Embraer tinham ganho de 4,6% e o Ibovespa avançava 0,9%.
A entrega do novo avião para a Azul ocorre em um momento em que o mercado de jatos para até 150 passageiros está mudando drasticamente. A Airbus comprou da canadense Bombardier o programa do avião CSeries em 2018. O avião compete diretamente com os modelos da Embraer e mudou de nome para A220.
Esta transação e a realizada pela Boeing com a Embraer vai expandir o duopólio dos jatos jumbo para uma categoria menor. Por agora, a Embraer tem ficado atrás na competição direta com a Airbus. Enquanto a família de jatos A220 obteve 551 encomendas até junho, a Embraer conseguiu 168 pedidos para os jatos da família E2.
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