IBC-Br cai e tem pior julho em 3 anos em meio a recuperação ainda frágil
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - A atividade econômica do Brasil recuou em julho sobre junho, no pior resultado para o mês em três anos, depois de dois meses seguidos de alta, mostraram dados do Banco Central nesta sexta-feira, em mais uma evidência do caráter ainda errático da recuperação econômica deste ano.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), tido como uma "proxy" do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,16% em julho na comparação com o mês anterior, em dados ajustados sazonalmente, informou o BC nesta sexta-feira.
Na comparação com julho de 2018, o IBC-Br subiu 1,31% e, no acumulado em 12 meses, avançou 1,07%.
O acumulado em 12 meses mostra perda de ritmo, já quem, no período até junho, o IBC-Br teve alta de 1,13%.
Em junho, o índice subiu 0,34% sobre maio, em dados ajustados pelo BC. Em maio, a atividade econômica aumentou 1,16% sobre abril.
Em julho de 2016, o IBC-Br recuou 0,23% sobre junho. Em 2017 (+0,39%) e 2018 (+0,52%), o mês foi positivo.
No trimestre móvel, contudo, o ritmo da atividade melhorou, saindo de queda de 0,11% no trimestre até junho para crescimento de 0,91% nos três meses até julho.
No acumulado de 2019, o IBC-Br sobe 0,78%.
A queda do índice em julho sobre junho contrasta com alguns indicadores mais positivos no começo do terceiro trimestre.
Na véspera, o IBGE informou que a atividade no setor de serviços do Brasil teve o melhor julho desde 2011. Também nesta semana, o instituto reportou que as vendas no varejo tiveram o melhor mês de julho em seis anos.
Em ambos os casos, porém, analistas do IBGE destacaram que uma recuperação consistente ainda é dúvida, devido ao elevado nível de desemprego e ao ritmo lento da atividade como um todo.
Os indicadores de agosto seguem mostrando cenário incerto. O setor manufatureiro cresceu no mês passado no ritmo mais rápido em cinco meses, enquanto a atividade no setor de serviços perdeu fôlego, conforme índices de gerentes de compras (PMIs) do IHS Markit.
A fraqueza na atividade tem referendado apostas de cortes de juros pelo Banco Central, que anuncia na próxima quarta-feira sua decisão de política monetária.
Analistas de mercado esperam que a taxa básica de juros (Selic) seja reduzida dos atuais 6% para 5% até o fim do ano. Enquanto isso, projetam que o PIB aumentará 0,87%, com crescimento limitado por uma esperada contração na indústria.
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