UE se divide sobre orçamento enquanto Alemanha busca restringir gastos
Por Francesco Guarascio e Gabriela Baczynska
BRUXELAS (Reuters) - - A União Europeia pode precisar reduzir seus planos de impulsionar o crescimento e combater as mudanças climáticas caso não consiga chegar a um acordo rapidamente sobre um orçamento de longo prazo, disseram autoridades europeias nesta segunda-feira, conforme a Alemanha e outros Estados do norte procuram restringir os gastos.
A administração da UE é financiada por um orçamento de sete anos. O tamanho e as metas desse acordo estão constantemente sujeitos a discussões prolongadas entre os Estados-membros.
Mas as divergências sobre o próximo quadro financeiro de 2021 a 2027 estão mais profundas do que o normal, em um momento em que o bloco enfrenta riscos de uma nova recessão econômica e incerteza sobre o resultado do processo do Brexit - que deverá levar o Reino Unido, um dos maiores contribuintes para os cofres da UE, para fora da União.
"Minha grande preocupação é que a Europa fique em uma situação econômica e geopolítica difícil se não houver orçamento até 1º de janeiro", disse o comissário da UE responsável pelas negociações, Guenther Oettinger, em uma reunião de ministros em Bruxelas.
Ele disse que a urgência de fechar um acordo aumentou pelo enfraquecimento da economia do bloco, com a Alemanha e outros países da UE estagnandos. Segundo Oettinger, levaria anos para encontrar um meio-termo no atual ritmo de negociação.
O quadro financeiro de longo prazo precisa ser adotado bem antes de sua data de início, pois deve ser traduzido em programas de gastos anuais, que geralmente também exigem longas negociações.
A comissão executiva da UE propôs no ano passado um orçamento de sete anos de aproximadamente 1,1 trilhão de euros, o que representaria 1,11% da Renda Nacional Bruta (RNB) do bloco, uma medida da produção doméstica. A estimativa não inclui financiamento vindo do Reino Unido, que planeja deixar a União Europeia no final de outubro.
Contudo, a Alemanha, a maior economia da UE e a principal contribuinte para o orçamento, informou que deseja limitar os gastos a 1% da produção econômica, de acordo com um documento visto pela Reuters. A Suécia e a Holanda apóiam abertamente os planos de gastos mais cautelosos de Berlim.
O orçamento para o atual período de sete anos também equivale a 1% da renda nacional bruta, mas Bruxelas disse que precisa aumentar os gastos devido aos maiores investimentos planejados em pesquisa, economia digital, controle de fronteiras e defesa.
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