Ibovespa fecha em queda com declínio em commodities, comentários de Trump
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira marcada pelo declínio de commodities no exterior, ampliando perdas no final com a piora dos pregões em Wall Street, após comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Trump criticou duramente as práticas comerciais da China, dizendo que não aceitará um "acordo ruim" nas negociações comerciais com Pequim.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,73%, a 103.875,66 pontos. O volume financeiro somou 14,25 bilhões de reais, ante média diária no mês de 17 bilhões de reais.
Mais cedo, notícias sobre novas negociações na próxima semana permitiram uma abertura mais positiva das bolsas em Nova York, mas os comentários de Trump relembraram as incertezas sobre um desfecho na guerra comercial iniciada pelo país contra a China.
O S&P 500 fechou em queda de 0,84%
Da cena local, repercutiu mal o adiamento para a próxima semana da votação do parecer do relator Tasso Jereissati sobre as emendas apresentadas à reforma da Previdência na CCJ do Senado, prevista para ocorrer nesta terça-feira.
Ainda no fronte doméstico, o Banco Central reiterou a leitura de continuidade no processo de cortes da Selic na ata da última reunião do Copom na semana passada, quando reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 5,5% ao ano.
Para o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, a ata reforça a indicação de que é provável outro corte de 0,50 p.p. na Selic outubro, mas riscos apontados pelo Copom limitam por ora qualquer indicação de que o BC possa testar níveis de taxas de juros ainda mais baixos, conforme relatório a clientes.
Há instituições, contudo, que veem a Selic abaixo de 5% no fim do ciclo de cortes.
DESTAQUES
- VALE ON caiu 2,43%, acompanhando o movimento de outras mineradoras na Europa, após forte declínio dos preços do minério de ferro na China. Entre siderúrgicas, CSN teve baixa de 4,02%. Também pesaram dados mostrando queda nas vendas pelos distribuidores de aço plano do Brasil em agosto.
- PETROBRAS PN recuou 0,76%, também minada pelo declínio dos preços do petróleo no mercado externo.
- BANCO DO BRASIL ON cedeu 3,05%, capitaneando as perdas no setor no Ibovespa. O BB confirmou a assinatura de memorando de entendimento com o UBS para uma parceria em banco de investimento e corretora no Brasil e outros países da América do Sul. O banco também disse que não há decisão sobre a data da oferta de ações do FI-FGTS.
- BRADESCO PN caiu 1,28% e ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,04%, enquanto SANTANDER BRASIL subiu 0,2%. BTG PACTUAL cedeu 0,18%.
- EMBRAER ON perdeu 3,45%, tendo no radar que metalúrgicos da empresa em São José dos Campos (SP) entraram em greve por tempo indeterminado, segundo o sindicato local. A Embraer disse que todas as áreas produtivas e administrativas da unidade estão operando com cerca de 80% das equipes.
- JBS ON e BRF ON avançaram 7,1% e 2,81%, conforme permanece o cenário favorável para exportadoras de carnes diante dos problemas com o surto de peste suína africana na China. MARFRIG ON subiu 2,72%.
- B2W ON e MAGAZINE LUIZA ON subiram 4,36% e 2,17%, diante de expectativas mais favoráveis para o consumo, após a ata do Copom endossar apostas de que o BC continuará com o ciclo de corte do custo do dinheiro no país.
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