Greve em fábrica da Embraer em SP é suspensa
SÃO PAULO (Reuters) - A greve de trabalhadores na fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP) foi suspensa na manhã desta quarta-feira, de acordo com comunicados da empresa e do sindicato local, encerrando paralisação iniciada na véspera com os funcionários cobrando melhores termos de reajuste salarial.
A fabricante brasileira de aviões disse que não há mais bloqueio nas portarias e que a fábrica opera com 100% da força de trabalho.
"A negociação segue em andamento entre sindicatos, no âmbito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A última proposta apresentada contempla um reajuste salarial de 3,28% relativo à inflação do período, o qual a empresa já adiantou neste mês, por liberalidade, para todos os funcionários", disse a Embraer.
Além de reajuste salarial de 6,37%, os trabalhadores também reivindicam manutenção de cláusulas do contrato de trabalho.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou que, em assembleia no começo da manhã, os trabalhadores da produção haviam decidido dar continuidade à greve iniciada na terça-feira, mas que preferiu orientar os trabalhadores a entrarem na fábrica após atuação da Polícia Militar.
"A truculência da PM a mando da empresa é um crime contra o direito à livre organização sindical e ao direito constitucional de greve. A paralisação foi suspensa, mas a luta dos trabalhadores continua e a greve pode voltar a qualquer momento”, afirmou o diretor do sindicato Herbert Claros.
Na véspera, um grupo de cerca de 30 policiais militares foi chamado para a portaria da fábrica para permitir a entrada de trabalhadores que queriam furar a greve. Os policiais usaram gás de pimenta para dispersar os manifestantes, segundo uma testemunha da Reuters.
Na nota à imprensa desta quarta-feira, a Embraer disse que "respeita o direito à livre associação e manifestação por parte de seus colaboradores. Contudo, a Empresa reprova veementemente e lamenta os fatos ocorridos ontem que visam cercear o direito constitucional de ir e vir dos empregados ao criar obstáculos para acesso ao local de trabalho".
O sindicato afirmou defende a continuidade das negociações, desde que tenham avanços na proposta patronal.
O movimento ocorre em um momento em que a norte-americana Boeing tenta selar a compra do controle da divisão de jatos comerciais da Embraer, que inclui a fábrica de São José dos Campos, onde os aviões são montados. No começo da semana, fontes próximas do assunto afirmaram à Reuters que uma investigação antitruste da União Europeia pode levar até cinco meses para avaliar o negócio.
(Por Paula Arend Laier)
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