Via Varejo prevê retomar fatias de mercado, mas prioriza margens
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A Via Varejo, dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio, está bem posicionada para recuperar participação de mercado à medida que acelera vendas no período de maiores vendas no ano, mas buscará o equilíbrio na oferta de descontos, enquanto também tenta retomar margens de lucro, disseram executivos da companhia nesta quinta-feira.
"A Via Varejo será competitiva, mas não fará loucuras em preços no Black Friday, disse o diretor-presidente da empresa, Roberto Fulcherberguer, durante teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre.
De acordo com o executivo, na esteira de um conjunto de iniciativas implementadas nos últimos meses, incluindo de logística e reformas em cerca de 200 lojas físicas, as vendas pela internet vêm crescendo desde outubro e a expectativa é de que o mesmo aconteça em breve nas lojas físicas.
As declarações ocorrem cerca de seis meses após o veterano do varejo Michael Klein ter comprado o controle da Via Varejo, retomando a propriedade da Casas Bahia, que sua família fundou na década de 1950 e que tinha sido vendida para o GPA em 2009.
O negócio pôs fim a cerca de três anos de tentativa do GPA, controlado pelo francês Casino, de vender a Via Varejo, período no qual a companhia enfrentou o forte crescimento de rivais, como o Magazine Luiza.
No balanço do terceiro trimestre, divulgado na noite da véspera, a Via Varejo reportou prejuízo operacional líquido de 244 milhões de reais, ante 38 milhões de resultado também negativo um ano antes, refletindo queda de 2,2% nas vendas na base mesmas lojas.
Segundo Fulcherberguer, as margens de lucro da companhia tendem a crescer nos próximos trimestres, uma vez que os resultados das iniciativas de melhora operacional ganhem tração.
O vice-presidente financeiro da companhia, Orivaldo Padilha, declinou dar mais detalhes sobre o fato relevante divulgado horas antes do balanço, sobre a investigação aberta internamente para investigar denúncias anônimas de irregularidades na contabilidade da companhia.
"Nada foi encontrado ainda", afirmou Padilha.
A ação da Via Varejo, que chegou a cair 10% na quarta-feira após o fato relevante, reduziu a queda para 1% no fechamento. Às 15h46 desta quinta-feira, o papel disparava 5,7%.
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