Mercosul deixou de ser freio e passou a ser acelerador para economia da região, diz Araújo
Por Lisandra Paraguassu
BENTO GONÇALVES, Rio Grande do Sul (Reuters) - Criticado no início do governo de Jair Bolsonaro, o Mercosul foi elogiado nesta quarta-feira pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, por ter deixado de ser "um freio" para os países do bloco e ter se transformado em um "acelerador".
"O Brasil precisa recuperar o tempo e o espaço perdido na economia mundial. Gostaríamos de ter avançado mais, mas reposicionamos o Brasil no mundo como ator respeitado e importante", disse na abertura da reunião de chanceleres da Cúpula do Mercosul.
"O Mercosul deixou de ser um freio para se tornar acelerador. Pode gerar emprego e promover abertura ao mundo. Acabou o Mercosul retórico e ineficiente, voltamos a ter um Mercosul polo de prosperidade e democracia na América do Sul."
Araújo disse que gostaria de ter avançado mais durante a presidência pro tempore do Brasil, especialmente em relação à revisão da Tarifa Externa Comum (TEC) e iniciar a reforma a partir de janeiro do próximo ano.
Apesar de ter um acordo sobre a necessidade da revisão, os quatro países não conseguiram começar a discussão de propostas de alteração na tarifa, que é em média de 12%, mas pode chegar a 35% no caso do setor automotivo. Esse debate pode, agora, atrasar mais ainda, já que o novo governo argentino tem visões econômicas opostas do atual.
CRESCIMENTO
Araújo destacou que o governo brasileiro espera um crescimento da economia de pelo menos 2,3% no ano que vem, e colocou a culpa do crescimento pífio dos últimos anos no país em uma política "de uma economia fechada, controlada pelo Estado", praticada por governos anteriores,
"Ao redor do mundo todos querem investir e negociar conosco", disse Araújo. "Estamos abrindo o Brasil ao mundo. Vamos aproveitar todo nosso potencial, eliminando barreiras que prejudicam nosso crescimento. O Mercosul é parte fundamental desse projeto."
O ministro aproveitou ainda para fazer mais uma crítica ao "socialismo", afirmando que o Brasil quer parar essa "marcha insana" que tomou conta da região. "Um Mercosul fechado, que não produz resultados, com garantia de atraso e isolado não é o que queremos", afirmou.
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