Ibovespa começa semana em ritmo comedido à espera de catalisadores
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em leve queda nesta segunda-feira, após uma semana de recordes, refletindo de ajustes de posições antes de potenciais catalisadores, como novos desdobramentos das negociações comerciais entre norte-americanos e chineses e decisões de política monetária nos Estados Unidos e Brasil.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,13%, a 110.977,23 pontos. O volume financeiro alcançou 18,56 bilhões de reais.
O Ibovespa fechou a última sexta-feira em nova máxima histórica, a 111.125,75 pontos.
Na visão do estrategista Odair Abate, da Panamby Capital, o começo deste semana tende a ser em compasso de espera, com muitas informações relevantes, tanto em termos de dados como declarações de autoridades. "Depois da semana excelente, o zero a zero hoje poder ser visto como positivo", afirmou.
O embate comercial EUA-China, que tem adicionado volatilidade aos negócios há cerca de um ano, tem uma semana decisiva, dado o iminente aumento de tarifas norte-americanas sobre produtos chineses a partir do dia 15.
Para o estrategista Dan Kawa, sócio na TAG Investimentos, no curto-prazo, a direção da guerra comercial será o principal vetor para determinar a dinâmica dos ativos de risco, conforme nota a clientes mais cedo.
Também o Federal Reserve e o Banco Central no Brasil anunciam nesta semana decisões sobre taxas de juros, com as atenções também voltadas para os comunicados que acompanham as respectivas decisões, com investidores em busca de sinais sobre os próximos passos das autoridades monetárias;
"Investidores esperam potenciais catalisadores", afirmou a equipe da XP Investimentos, em nota a clientes, acrescentando que espera manutenção dos juros pelo Fed e corte na taxa Selic para sua nova mínima histórica, a 4,50%.
Na avaliação de um gestor de portfólio da asset de um banco estrangeiro em São Paulo, há expectativa de um desfecho favorável a ativos de risco das decisões de juros, sendo a questão comercial mais preocupante, uma vez que os personagens envolvidos são erráticos nas decisões.
DESTAQUES
- SMILES ON disparou 19,7%, após a controladora, a companhia aérea Gol propor uma reestruturação societária que prevê a incorporação dos papéis da empresa de fidelidade de clientes, com prêmio de cerca de 25% ante o fechamento de sexta-feira. GOL PN subiu 1,75%.
- VALE ON avançou 0,18%, perdendo força apesar da forte alta dos preços do minério de ferro na China, que apoiava também papéis de mineradoras na Europa. No setor de siderurgia e mineração, CSN ON caiu 1,28%, USIMINAS PNA recuou 3,3% e GERDAU PN cedeu 2,4%.
- BTG PACTUAL UNIT subiu 2,37%, nova máxima, conforme agentes financeiros veem os papéis como melhor veículo para se anteciparem ao IPO da XP Investimentos, que deve ser precificado na terça-feira.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 1,95%, tendo de pano de fundo o IPO da XP, da qual o banco detém participação relevante. No setor, BRADESCO PN subiu 0,85% e BANCO DO BRASIL ON ganhou 0,31%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 0,38%.
- NOTRE DAME INTERMÉDICA ON recuou 3,5%, após alta de mais de 7% acumulada na semana passada. A operadora de saúde precifica na quarta-feira oferta de até 87,75 milhões de ações com esforços restritos.
- PETROBRAS PN cedeu 0,46% e PETROBRAS ON fechou em alta de 0,5%, conforme os preços do petróleo reduziram as perdas no mercado externo.
- JBS ON caiu 3,35%, tendo no radar novamente notícias sobre possível reestruturação da companhia, com vistas para uma aguardada oferta de ações nos Estados Unidos. MARFRIG ON perdeu 2,1% após anúncio de oferta de ações que espera precificar em 17 de dezembro.
- CCR ON avançou 2,41%, entre as maiores altas. O Credit Suisse reiterou recomendação 'outperform' para a ação e elevou o preço-alvo a 20 reais, de 12,50 reais anteriormente.
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